Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Pessoas da minha bolha

Muitas vezes já me perguntaram por que eu tenho reiterada paciência em explicar coisas complexas e difíceis, para as pessoas.

Mesmo sabendo que a maioria não lerá, lerá por alto ou seguirá sem entender. E eu explico isso, também. É porque eu acho que é um dever. Dever meu e de qualquer outra pessoa. Vivemos num mundo difícil de entender. As coisas não são o que vemos à primeira vista. Modelos de pensamento que aprendemos no passado não estão mais servindo para a gente entender certas coisas. Assim, eu acho que quem entendeu algo tem o dever, especialmente quando lhe perguntam, de, pelo menos, tentar explicar. É um sentido kantiano de dever.

Obviamente, somos reles humanos e nem sempre podemos e muitas vezes nem queremos fazer isto. Quando não posso e também quando eu simplesmente não quero, por motivos mil, eu também apenas explico esse detalhe. Não é se desculpar. É só explicar. Nem que seja com um “não tô a fim”, é um dever também. Outras vezes, mesmo sabendo que perderei meu tempo e jogarei palavras ao vento, ainda assim, meu sentido de dever é maior e eu me empenho em tentar dar a melhor explicação que eu puder dar. Mesmo sabendo que ela não será sequer lida ou ouvida. Eu não ligo. A conta do dever cumprido, cada um acerta consigo.

Pessoas da minha bolha

Beth Passos

Jornalista

Pessoas da minha bolha Pessoas da minha bolha Pessoas da minha bolha

Sair da versão mobile