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ARTIGO: As Mídias Sociais e a Imprensa Corporativista

Mídias sociais não servem para a gente se informar, no máximo para a gente ouvir contar algo e, se for o caso, ir atrás de se informar a respeito. Pouquíssimas pessoas – e olha que o meu critério de escolha para adds é baseado nisso – realmente produzem conteúdo informativo relevante.

Essas pessoas não são as que usam redes sociais profissionalmente, nem por vaidade do ego. Existe já um certo consenso, num determinado nicho crítico, de que a imprensa corporativa tem baixíssima qualidade profissional. Pessoalmente compartilho e muito dessa visão. Mas existe também algo a mais, com o que eu venho me irritando por demais em tempos recentíssimos.

Existe a baixa qualidade da disposição de se informar, de fato. Pessoas qualificadas, com alta capacidade de interpretação de textos e compreensão de contextos relativos aos enunciadores dos textos, estão perdendo o hábito de praticar isso. Estão preferindo ficar no universo do raso, da informação pela metade, da palavra de ordem com significante vazio. Desse jeito, não sei aonde chegaremos. A perspectiva futura não é boa.

Bom mesmo seria ver todo mundo jogando menos horas de videogame do significante vazio e praticando mais horas de interpretação de texto, todo dia. Até porque o momento histórico pede isso. Les Années Folles só começaram quando acabou a pandemia da gripe espanhola e a Primeira Guerra. Queimar a largada não adianta o curso da História, isso é pensamento mágico.

Beth Passos 

Jornalista 

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