Os efeitos da pandemia da covid-19 no cenário econômico desestabilizou diversos setores em escala global, antecipando com intensidade a crise anunciada em 2019 e, consequentemente, promoveu uma retração econômica de grandes proporções.
Para 2021, as previsões do mercado se mostram aparentemente equilibradas. O Boletim Focus, divulgado neste mês pelo Banco Central (BC), projeta 3,4% de inflação para o próximo ano, número abaixo da meta anual, enquanto o relatório indica crescimento econômico de 3,5%.
Mesmo em um panorama de possível reconciliação, a economista Pollyanna Gondin, doutora em Políticas Públicas e professora do Centro Universitário Internacional Uninter, não menospreza as consequências da pandemia nos índices econômicos que podem ser alcançados no próximo ano. “2021 ainda é muito incerto e de difícil previsibilidade, porque vai depender, em grande medida, dos rumos tomados pela pandemia e da atuação do governo em seu enfrentamento, tanto na garantia de aporte financeiro à população quanto à liberação da vacina”, opina.
Entre as implicações catalisadas pela pandemia em 2020, a economista enumera a alta taxa de desemprego, inflação acima da meta fiscal e o câmbio desvalorizado. Para ela, o que há de mais encorajador atualmente é a taxa de juros SELIC, operando em baixa a 2%.
De acordo com dados recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) compilados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Brasil perdeu espaço e despencou da 9º para 12º lugar no ranking das maiores economias do mundo. “Em meio à pandemia, as ações insuficientes do governo para estimular a produção interna do nosso país e reforçar a manutenção do emprego culminam em um cenário eminente de retração econômica”, diz Pollyanna.
Caso as projeções para 2021 se consolidem, há a probabilidade de termos um ano mais otimista e de reaquecimento dos indicadores econômicos. No entanto, Pollyanna é categórica e diz não enxergar garantias de recuperação se não houver atenção das autoridades para o básico. “Para esses apontamentos se consolidarem, o Brasil precisa de um plano de ação contra a pandemia e um plano eficiente de vacinação da população”, finaliza. (Assessoria do Grupo Uninter)