O deputado estadual Daniel Zen (PT/AC) utilizou a tribuna virtual da sessão online na Aleac desta quarta-feira, 9, para se pronunciar sobre o quadro caótico de desinformação a respeito dos pacientes internados, que se instalou na Unidade Into/covid-19, do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), também conhecida como Hospital de Campanha.
O deputado relacionou tal situação caótica na Saúde às diversas contratações realizadas sem processo licitatório, também em outras áreas, dentre elas, a contratação da empresa Medial, responsável pela gestão da Unidade Into/Covid-19.
“Essa não é uma situação isolada. O governo tem se aproveitado de situações de emergência e de calamidade pública para abusar das contratações sem licitação, como foram as das empresas Murano [responsável por dezenas de obras do governo], Mediall [responsável pela gestão do Hospital de Campanha], FenixSoft [responsável pela gestão dos empréstimos consignados dos servidores públicos estaduais] e Tera [responsável pela gestão da verba de mídia]. A exceção acabou virando a regra”, afirmou.
Para o deputado, a origem de tais problemas está nas decisões políticas do governo, a começar pela distribuição do montante orçamentário, cuja discussão ocorre na ALEAC nesta semana, em torno da aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA).
“O governo está propondo uma redução do orçamento nas áreas de comércio e serviços, indústria, cultura, esporte e lazer, agricultura, previdência e urbanismo. E, ao mesmo tempo, está propondo um crescimento do orçamento da mídia de R$ 4,9 para R$ 16,1 milhões. São escolhas equivocadas que acabam levando a esse tipo de situação de caos na gestão.”
O deputado prosseguiu afirmando que, “enquanto o governo comete tais equívocos, a carestia só aumenta: o desemprego no Acre encostou na casa dos 17%, a maior taxa dentre todos os estados brasileiros; voltamos a ter bandeira vermelha, além de um novo aumento na tarifa de energia elétrica, aprovado no dia 08/12; temos o risco iminente de encerramento do auxílio emergencial; não temos perspectivas de data para iniciarmos a vacinação contra a covid-19. E, não bastasse isso, ainda temos a situação absurda do AvanCard, com o super-endividamento do servidor público, através da prática de margem consignável excessiva, juros extorsivos e reserva de mercado indevida. Tudo isso com a vergonhosa anuência do governo”
Sobre esse último aspecto, o deputado salienta ainda que já foram feitas várias denúncias, posicionamentos na tribuna, representações aos órgão de controle e audiências públicas, mas, as flagrantes ilegalidades continuam sendo praticadas.
“Eu nunca vi um governo pra gostar tanto de rolo: é rolo no Depasa, rolo nas obras, rolo na verba de mídia, rolo no Hospital de Campanha, rolo na compra de merenda escolar e na aquisição de computadores na Educação… E, sobre esse absurdo da FenixSoft, para nossa surpresa, nem os veículos de mídia estão mais falando dele, uma vez que, em cada site de notícias, a primeira propaganda que aparece para o internauta é, justamente, a do AvanCard”, concluiu o deputado de oposição. (Assessoria Parlamentar)