Mesmo não dando um apoio total às apostas esportivas online, o atual governador de Nova York, Estados Unidos, Andrew Cuomo, propõe a legalização da prática como forma de angariar receita para combater a escassez de fundos sofrida pelo estado americano – durante uma transmissão de TV, Cuomo disse: “Existem outras maneiras de obter renda? Que tal apostas esportivas?”. Atualmente, o estado de Nova York conta com apostas esportivas em vários cassinos físicos, porém nenhum tipo de palpite esportivo online em todo o estado. O político admitiu também que anteriormente se opunha veementemente à legalização da prática, porque achava que seria necessário uma emenda constitucional para aprová-la. Mas com a declaração recente, fica claro que o governador mudou seu ponto de vista e relaxou um pouco sua postura.
O mandatário apresentou duas opções durante seu pronunciamento: realizar um orçamento nas próximas semanas ou esperar o início da primavera – até lá, a administração do estado saberá quanto receberá do governo federal para “tapar o buraco” na sua receita. De acordo com o governador, a segunda opção é a sua favorita, mas não há como saber se as apostas esportivas estarão inclusas no orçamento deste ano. Atualmente, o estado de Nova York está com dívidas que somadas alcançam os US$ 50 bilhões, pelo menos foi o que afirmou Cuomo em outubro de 2020. E é possível que o estado não receba nenhum alívio do governo federal através de estímulos.
Com um déficit tão grande, Cuomo deve acabar recorrendo aos esportes para conseguir angariar receita e reverter parte do problema. Ultimamente, o governador era o maior obstáculo para a legalização dos palpites esportivos online, que já tinham o apoio de diversos legisladores em Nova York. Após as declarações do mandatário, o senador Joseph Addabbo Jr. falou à agência de notícias Legal Sports Report que este primeiro trimestre de 2021 é o momento mais propício para realizar a legalização. “Estamos ficando sem tempo para este ano, então agora olhamos para o próximo ano, mas não posso nos ver esperando até o orçamento de abril. Eu adoraria que algo acontecesse antes do dia 31. Só não estou tão otimista com isso.” afirmou Addabbo Jr.
Exemplo na vizinhança
A vizinha de Nova York, Nova Jersey, conseguiu angariar somente em novembro cerca de US$ 50,6 milhões advindos das receitas de apostas esportivas. Deste montante, o estado recebeu US$ 6,2 milhões através de impostos cobrados da indústria, e aproximadamente 20% dos pitacos realizados em Nova Jersey são feitos por nova-iorquinos que atravessam a fronteira para dar seus palpites. Felizmente, no Brasil não é necessário tanto esforço para dar seus palpites nos principais torneios esportivos nacionais e internacionais, e o site de apostas online reúne as principais plataformas do setor, que oferecem diversos bônus e promoções há apenas alguns cliques de distância. De acordo com estimativas da Eilers & Krejcik Gaming, no ano de 2019 os apostadores de Nova York apostaram cerca de US$ 837 milhões em estabelecimentos de Nova Jersey.
Em que passo está o Brasil
O povo brasileiro sempre esteve muito ligado ao esporte – seja com o luxuoso mundo da Fórmula 1, a elegância do tênis, a adrenalina do MMA, ou o apaixonante futebol. E associadas a todos estes esportes e emoções estão as apostas esportivas. No Brasil, este campo era dominado pela Loteria Federal da Caixa, com a Timemania e a Loteca, mas hoje tem grandes concorrentes com as plataformas online. No cenário atual, essas empresas já patrocinam mais de 60% dos clubes da Série A do campeonato brasileiro.
No ano de 2018, se iniciou todo o processo de regulamentação da indústria através do Projeto de Lei 13.756/2018 – desde então, as apostas de cota fixa passaram a ser legais no Brasil. Porém, o setor ainda precisa de uma regulamentação mais abrangente, e o Governo Federal tem até 2022 para realizá-la. Assim que o processo estiver completo, o Brasil poderá distribuir licenças para as companhias de apostas esportivas. Atualmente, as empresas que atuam em território nacional possuem sede no exterior e, por conta disso, não ferem nenhuma lei do nosso ordenamento jurídico. (Agência Brasil)