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ARTIGO – Transmissão ocorre mesmo com vacina

O Acre já soma 1.063 mortes pela pandemia, sendo 421 de pacientes saudáveis antes da infecção com o vírus, ou seja, 35,4%. Do total de vítimas, 70,7% eram pessoas acima de 60 anos, que também pertencem ao grupo de risco. De acordo com o sexo, 629 óbitos eram do sexo masculino e 434 femininos. O coeficiente de mortalidade (óbitos por 100 mil habitantes) de 118,8 e de letalidade de 1,8%, sendo que o maior coeficiente de mortalidade é do município de Assis Brasil 199,1/100 mil habitantes e de letalidade em Capixaba com 2,9%.

Dos testes positivos, 27.364 (45,4%) são do sexo masculino e 32.924 (54,6%) do sexo feminino. Quanto à faixa etária, a maior proporção encontra-se entre 30 a 39 anos, em ambos os sexos.

A vacinação rápida e lockdowns completos são duas principais medidas que podem frear a tragédia em curso. Mas se forem mal executadas, tornam-se a fórmula ideal para a geração de novos monstros da covid-19.

Lockdowns e outras medidas de contenção são particularmente necessários durante a vacinação de uma população, [pois] é justamente o contato entre vacinados e variantes que propicia o aparecimento de mutações ‘superpotentes’, capazes de driblar totalmente a ação do imunizante.

Uma variante como a P1, surgida em Manaus, ao entrar na célula humana e se deparar com uma quantidade ainda pequena de anticorpos da vacina, ao se replicar, pode promover mutações, mas resistentes a esses anticorpos.

A pessoa vacinada numa segunda-feira, por exemplo, não está imediatamente protegido. Leva algumas semanas para os anticorpos da vacina aparecerem podendo ainda, se infectar pelo vírus original ou pela variante P.1′.

Se esses anticorpos da vacina surgem enquanto a infecção está ocorrendo e replicando no organismo, o vírus pode se replicar de maneira a evadir o anticorpo que está sendo produzido. As mutações mais benéficas ao vírus sobrevivem e se replicam, num movimento de seleção natural. Esse movimento é parte do processo de evolução do vírus, que tenta se adaptar a ‘adversidades’. A pessoa vacinada, porém, infectada, pode passar o vírus mutante adiante se não houver medidas de controle em vigor, como quarentenas, fechamento de comércio e locais de lazer.

O descontrole da pandemia no Brasil está preocupando especialistas do mundo todo. Quando há um celeiro de produção de vírus num país, senão houver controle a transmissão, vai ter mutação ocorrendo e prevalecendo por seleção natural, se essas variantes viajam pelo mundo e algumas delas escapam totalmente ou parcialmente às vacinas, é claro que é um risco.


Beth Passos é jornalista 

E-mail: cacau4949@hotmail.com


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