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Anvisa nega importação da Sputnik ao Acre e outros 8 estados

Fachada do edifício sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os cinco diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rejeitaram, por unanimidade, a importação e o uso da vacina russa Sputnik V pelo Acre e outros 8 estados brasileiros. A decisão foi tomada na noite de ontem, 26. O imunizante é produzido pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. Os diretores do órgão se reuniram, de forma extraordinária, para avaliar os pedidos para a aquisição da vacina.

Antes da votação dos diretores, gerentes de três departamentos da Anvisa apresentaram seus pareceres técnicos contra a compra da Sputnik V. Os relatórios foram incorporados ao voto do diretor-relator, Alex Machado Campos, que considerou que o imunizante pode trazer riscos à saúde.

A análise da Anvisa apontou falta de dados e risco de doenças por falha em fabricação. Ainda de acordo com a Agência, a maioria dos países que autorizaram a aplicação da vacina Sputnik V não têm tradição na análise de medicamentos; além disso, em 23 países com contrato, a vacinação não começou. Outro ponto preponderante para a decisão foi que a Anvisa não conseguiu identificar os fabricantes da matéria prima da vacina.

Os estados que tiveram seus pedidos avaliados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária foram: Acre, Bahia, Rio Grande do Norte, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Ceará, Sergipe e Pernambuco. Além desses, também estão com pedidos pendentes de avaliação, ainda dentro do prazo, os estados de Rondônia, Sergipe, Tocantins, Amapá e Pará, e os municípios de Niterói e Maricá, ambos no Rio de Janeiro. Ao todo, esses pedidos somam 66 milhões de doses, que poderiam vacinar cerca de 33 milhões de pessoas, por meio de duas doses.

A Gerência Geral de Inspeção e Fiscalização Sanitária enviou servidores da Anvisa para a Rússia neste mês de abril. A gerência explicou que a cadeia de fabricação da Sputnik V envolve sete fábricas, ou plantas, na Rússia. Os técnicos só conseguiram fazer a vistoria em três dos sete locais, nos quais encontraram pendências.

Vale destacar ainda que durante a reunião, a diretoria colegiada da Anvisa lembrou que a vacina Sputnik V teve eficácia de 91,6% contra a Covid-19, segundo resultados preliminares publicados na revista científica “The Lancet”, uma das mais respeitadas do mundo. A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%. A Sputnik é administrada em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas.

É importante destacar que o governador Gladson Cameli assinou o Termo de Aquisição para a compra de 700 mil doses da vacina Sputinik V em março deste ano. A compra só foi possível após o Estado do Acre aderir ao Consórcio do Nordeste. A adesão foi intermediada pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). (Da Redação A GAZETA, com informações Portal G1 e Agência Brasil)

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Fabiano Azevedo: