Em março de 2021, as micro e pequenas empresas (MPE) foram responsáveis pela geração de 57,9% dos empregos com carteira assinada no Brasil, o que corresponde a quase 107 mil vagas. O resultado é superior aos postos de trabalho criados pelas empresas de médio e grande porte (MGE), que foi pouco mais de 67 mil. Os dados constam em levantamento feito pelo Sebrae com base no Caged do Ministério da Economia.
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, destaca que os números positivos vêm ocorrendo pelo nono mês consecutivo e que refletem que as MPE são essenciais para a retomada econômica brasileira. “Esse é o 9ª mês que as micro e pequenas empresas puxam a geração de empregos formais no Brasil. Não há dúvida que elas são o motor da nossa economia. Mesmo diante da sobrevida da pandemia, os resultados positivos sinalizam o quanto é importante a continuidade de medidas emergenciais que amparem o segmento”, declarou o presidente do Sebrae.
No acumulado do ano, dos cerca de 837 mil empregos gerados no primeiro trimestre, 587 mil (70,1%) foram criados pelas micro e pequenas empresas, enquanto as médias e grandes empresas criaram 190 mil (22,7%). Quanto observa-se o saldo mensal médio, as MPE atingiram patamar superior a 195 mil novos postos de trabalho, enquanto as MGE tiveram um número aproximado de 63 mil. Isso significa dizer que a cada novo posto de trabalho gerado por uma média e grande empresa, os micro e pequenos empreendimentos geram outros 3 novos postos de trabalho.
Apesar do atual momento crítico da pandemia no Brasil, o primeiro trimestre de 2021, quando comparado ao mesmo período do ano passado, apresenta um cenário mais favorável. Entre os meses de janeiro, fevereiro e março de 2020, as MPE foram responsáveis pela criação de quase 118 mil vagas, número considerado cinco vezes menor, e, por outro lado, as MGE tiveram um saldo negativo de um pouco mais de 94 mil novos empregos gerados, pois demitiram mais do que admitiram. Sendo assim, no primeiro trimestre deste ano, o total de novas contratações das MPE teve um aumento de 398%.
Apesar de o padrão de contratações ter diminuído, o mês de março foi bom para todos os setores. O único estrato que apresentou saldo negativo de geração de empregos foi o da agropecuária das médias e grandes empresas. Nas MPE, observou-se mudança no perfil dos setores que mais contrataram. Serviços continua liderando com 38.884 novas vagas criadas, a indústria de transformação, antiga terceira colocada, assume o segundo lugar com 27.759 novas vagas, seguido da construção civil com saldo de 18.386 empregos. O setor de comércio que, em fevereiro/2021, ocupava a segunda posição com 65.084 novos postos, em março, apresentou saldo positivo de apenas 11.884.
Na análise regional, o que mais chama atenção é a recuperação do estado do Amazonas. Após apresentar em janeiro e fevereiro saldos negativos de contratação, no mês de março, o estado foi a terceira UF que proporcionalmente mais contratou, com uma média 12,17 novos postos de trabalho a cada mil já existentes.
Já na avaliação do acumulado do primeiro trimestre de 2021, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Santa Catarina foram os estados que mais contrataram no período. O destaque foi o estado potiguar que até fevereiro ocupava a quarta posição do ranking e, em março, subiu duas posições. (Assessoria Sebrae)