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Artigo: Força e resistência 

O dia 28 de junho é considerado o Dia do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais). Todos os anos as pessoas se juntam em correntes, principalmente por meio das redes sociais, para mostrar apoio a comunidade nessa data.  Esse dia é lembrado mundialmente por marcar um episódio que aconteceu em Nova Iorque em 1969. Em 28 de junho desse ano, as pessoas que frequentavam o bar Stonewall Inn, que até hoje é conhecido pelo público do meio, reagiram a uma série de batidas policiais que acontecia com frequência. Não só nos Estados Unidos, mas em vários outros países do mundo era comum justificar a forma de viver das pessoas LGBT como “conduta imoral”. No bar, o evento foi marcado quando uma multidão começou a se juntar para impedir a passagem dos policiais. A situação de intensificou até virar um combate corporal entre a polícia e a comunidade. O confronto chegou ao fim na madrugada, quando a polícia tática da cidade chegou e prendeu mais de 10 pessoas. Isso foi o pontapé inicial para outros protestos durante as próximas noites. No terceiro dia após o ocorrido, mais de mil pessoas foram às ruas. No ano seguinte (1970), as pessoas resolveram homenagear a coragem dessas pessoas que lutavam por sua liberdade.

Foi organizada a primeira Parada do Orgulho LGBT. O evento ganhou força e se espalhou pelo mundo inteiro. Apesar de haver uma data específica para cada sigla da comunidade, o dia 28 engloba todos. O dia 29 de agosto é considerado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. 23 de setembro é o Dia da Visibilidade Bissexual. 31 de março é o Dia Internacional da Visibilidade Trans e 26 de outubro é comemorado o Dia da Visibilidade Intersexo (pessoas que não se encaixam nas definições de sexo masculino ou feminino). Importância desse dia no Brasil O Brasil está entre os países que mais matam LGBT”s do mundo. Em 2012, o Grupo Gay da Bahia relatou 338 homicídios de gays, travestis e lésbicas. Isso corresponde a um assassinato a cada 26 horas. Tudo causado pelo ódio dos intolerantes contra a comunidade. Devido a onda crescente de crimes, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) criou uma central para receber as denúncias de violações de direitos humanos da população LGBT.

Só no ano de 2012, o serviço registrou 9.982 denúncias. Esse número representa os inúmeros casos de homofobia e transfobia em nosso país. Os números crescem diariamente e hoje o Brasil já se encontra no topo dos países que mais mata LGBTs do mundo. Em 2017 viralizou o caso da travesti Dandara dos Santos, torturada e morta em Fortaleza (CE). O caso mais recente foi o da estudante Matheusa Passarelli, carioca de 21 anos que tinha a sua identidade não binária. Após nove dias desaparecida, a polícia confirmou que ela foi assassinada no Morro do 18, em Água Santa, zona norte do Rio de Janeiro. O Grupo Gay da Bahia revelou que somente em 2017, 445 homicídios contra a comunidade aconteceram. O número aumentou 30% em relação ao ano anterior. A importância desse dia no Brasil é que a mesmo e visa buscar o apoio da sociedade para uma melhor condição de vida dessas comunidades.

Beth Passos 

Jornalista 

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