Vivemos a época da tacocracia, que vem a ser, tudo muito acelerado, para “ontem”. Só que aprendizagem efetiva requer depuração, análise e debate para que haja fixação. A atual ditadura da velocidade interfere diretamente nesse processo. Associada a isso, a vigência contínua de resultados, dificulta ainda mais uma aprendizagem significativa.
É preciso repensar esses pontos. A Educação pede socorro, de fato. As atuais políticas de escolarização estão atreladas a um paradoxo temporal: ao mesmo tempo em que apregoam uma singularização da aprendizagem, tais políticas são movidas pelas métricas da sociedade do desempenho. Variadas tradições de pensamento, ao longo do último século, defenderam a importância de aprendizagens significativas, a relevância da reflexividade nos processos educativos e as potencialidades de uma agenda educativa aberta e plural. Entretanto, seus regimes de implementação estão atrelados a modelos de inovação ou de rendimento baseados na impaciência política para a obtenção de resultados.
Uma revolução temporal, nos termos descritos por Han, implicaria em uma revalorização de práticas de escuta, de silêncio, de esperas, de negociação e de narrativas compartilhadas sobre a vida e sobre o mundo contemporâneo.
Beth Passos
Jornalista