Patrimônio cultural do Estado e a primeira do Brasil a obter a concessão de registro de Indicação Geográfica (IG) na modalidade “Procedência”, a farinha de mandioca de Cruzeiro do Sul, desenvolvida artesanalmente há décadas, vem buscando o aprimoramento produtivo e adequações às especificações da IG, com o apoio do Sebrae e demais instituições parceiras, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa de Assistência Técnica Extrativista Rural do Acre (Emater).
De olho no aumento da produtividade, no melhoramento da produção e na padronização do produto, algumas unidades de processamento da região já contam com a implementação de processos automatizados. “Depois da automatização, a gente produz mais e continuamos aperfeiçoando, a qualidade da farinha não mudou nada, só melhorou”, relatou a produtora Maria José Maciel.
Considerada uma das principais cadeias produtivas do Acre, a Mandiocultura, é um segmento do agronegócio de grande valorização para o Sebrae. Com um histórico de mais de duas décadas apoiando a cadeia na região, Sebrae e parceiros vêm buscando levar conhecimento e alternativas tecnológicas, por meio da diferenciação de produtos e processos, eficiência gerencial e técnica nas atividades produtivas primárias.
As alternativas propostas estão alinhadas às estratégias de mercado local, regional e nacional para produtores e cooperativas, auxiliando ainda na entrega de uma farinha de qualidade, com selo da IG que remete à origem e às condições especiais da fabricação de produtos, permitindo que os consumidores tenham a certeza de que estão adquirindo um produto diferenciado pela qualidade da procedência.
“As inovações e tecnologias conseguem garantir melhorias no processo, onde o custo de produção é reduzido, a lucratividade é aumentada e a produtividade cresce, conseguindo competir com a farinha de mandioca produzida no Sul e Sudeste, levando competitividade, garantia na entrega, melhor padronização e principalmente elevando o grau de empreendedorismo do homem do campo” declarou o diretor financeiro administrativo do Sebrae no Acre, Francinei Santos.
Para o presidente da Cooperfarinha, de Cruzeiro do Sul, Sebastião José, o trabalho do Sebrae e dos parceiros tem melhorado a qualidade de vida dos produtores rurais do Vale do Juruá, no que diz respeito a produção, gestão, vida econômica e social.
“Hoje o trabalhador está produzindo em torno de 15 a 20 sacas de farinhas, dentro de 8h de trabalho, e isso é muito importante, essa parceria com as instituições que nos ajudam, direta ou indiretamente, para ter essa qualidade e maior produção”, disse Sebastião.