Me compadeço muito com todas as pessoas que estejam na atividade da prostituição, não sou favorável à sua prática e desconfio de quem seja e de quem veja nela algo positivo. A realidade da prostituição não é novela da Globo, não é o filme ou o livro da Bruna Surfistinha, não são as garotas de programa que fazem book rosa que herdam heranças de velhos ricos. Essa é uma realidade 0,01% da situação real.
Esse comércio infeliz envolve também crianças vendendo seus corpos em beiras de estradas, muitas, obrigadas pelas próprias famílias. Mulheres desempregadas vivendo na extrema pobreza, precisando pagar aluguel, são meninas traficadas, são indígenas sendo negociadas como mercadorias. Isso é 99,9% da situação.
Seguramente a maioria de meninas, meninos e mulheres não decidiram por se prostituir se tivessem outras escolhas, se tivessem acesso à educação e ao mercado de trabalho, se tivessem seus direitos, e de seus pais, garantidos. Numa pirâmide, abaixo de uma “bem sucedida” prostituta que esteja no topo, existe uma imensidão de corpos e mentes violadas, sequeladas e destroçadas. Não existe isso de “ela ou ele escolheu essa vida”. Esses julgamentos partem de quem acha que o mundo é solzinho e florzinha ou vive uma realidade paralela.
A constelação Familiar colabora neste processo porque só pode, verdadeiramente, identificar e viver seu propósito de vida quem nutre-se do seu sistema familiar e dele tira toda a sua potencialidade para servir ao mundo. Propósito de vida tem relação direta com o verbo “servir”. E para servir ao outro, antes é preciso que nos sirvamos de nós mesmo, enraizando-nos ao nosso sistema familiar de origem. Propósito é um substantivo masculino que significa “intenção”, “objetivo”! E entender qual o nosso objetivo e intenção na vida.
Muitas pessoas confundem prosperidade, apenas com ganhar dinheiro. É um desejo legítimo, mas este não é um propósito e sim a consequência dele. Então devemos saber qual o nosso objetivo de vida que pode, como consequência, nos trazer dinheiro? Como podemos servir aos outros e a vida nos retribuir com o dinheiro? Para responder esta pergunta precisamos ter muito bem definido quais são os nossos VALORES, estar muito vinculado ao nosso SISTEMA FAMILIAR, identificar nossos DONS e, ainda conhecer as NECESSIDADES da sociedade na qual estamos inseridos.
Beth Passos
Jornalista
