O governador Gladson Cameli revogou, nesta sexta-feira, em publicação no Diário Oficial, o Decreto de nº8.911, que estabelecia restrições nos horários de funcionamento dos bares e restaurantes do Estado. Com isso, o setor volta a funcionar em horário livre, entretanto, mantendo as medidas sanitárias exigidas para combate ao coronavírus, bem como respeitando o limite de ocupação determinado pela bandeira vigente.
O Decreto nº 8.911 foi publicado no dia 14 de maio de 2021 e previa que os estabelecimentos e atividades comerciais com atendimento ao público, assim como de eventos em geral, deveriam se manter fechados entre 00h e 5h do dia seguinte. Além disso, restaurantes, lanchonetes, bares, distribuidoras de bebidas e similares deveriam encerrar a comercialização de bebidas alcoólicas até às 22h00 e encerrar inteiramente suas atividades até às 00h, entre outras medidas. Sobretudo, com o avanço da imunização, o decreto foi revogado e, a partir de hoje, 30 de julho, não há mais restrições neste setor, devendo serem mantidas as medidas de higiene já conhecidas.
Com a maior parte da população imunizada contra a Covid-19 no Acre e, paralelo a isso, o anúncio de que o Governo do Estado retomará as atividades presenciais das repartições públicas, na próxima semana, cresce a esperança dos setores produtivo, de serviços, entre outros, quanto à retomada efetiva da economia.
O setor de alimentação é um dos com expectativas mais positivas, como explica a empresária do ramo de alimentação, Denise Borges.
“Eu tenho ficado bem feliz com esse avanço da vacinação (…), isso dá uma animada na gente. Tenho acompanhado, no restaurante, a quantidade de insumos de compras. Estava comprando uma quantidade antes da pandemia; depois passamos a comprar menos da metade e, recentemente, tivemos que dobrar a quantidade que comprávamos antes da pandemia”, relata Denise.
Neste momento de retomada das atividades, ela destaca que o comportamento de quem está gerindo é de fundamental importância. “Daqui pra frente, as pessoas vão querer estar mais seguras, e eu sempre fui bem responsável em relação a isso”, enfatiza.
Além do sentimento pessoal, Denise Borges também reforça que tem sentido o otimismo do setor. “Participei de um congresso só de formaturas que terminou ontem, e a expectativa de todo mundo é muito alta. Eu fiquei impressionada com o tanto que as pessoas estão com a visão de que vai dar um boom de gente querendo comemorar, fazer formatura, comemorar a vida. Estão com uma expectativa muito além do que eu, antes da pandemia, numa visão um pouco modificada de mercado de trabalho. A pandemia veio classificar quem vai ficar, quem vai sair, não cabe mais amadorismo. No Acre, eu tenho visto as pessoas bastante na rua, fui fazer um tour nos bares à noite, e eu tenho percebido que as pessoas estão à vontade. È um setor que promete ficar bastante aquecido daqui pra frente”, avalia ela.
Já no ramo de eventos, a procura para agendamentos ainda é tímida, de acordo com a empresária e cerimonialista Annyelle Rocha, entretanto, as remarcações já começaram.
“A maioria ainda é remarcação. Aqueles eventos antigos que demoraram um ano e três meses para acontecer. Começaram a procurar agora, acredito que por conta da vacinação, mas ainda está tudo complicado ainda, porque temos que trabalhar as remarcações com o valor que fechamos um ano atrás”, destacou.
O empresário Marcello Moura, presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviço e Agrícola do Acre (Acisa ) reforça que “com a diminuição dos índices de transmissão e internação pelo Covid, a vida vai voltando à normalidade”.
“A volta do trabalho presencial do poder público, somado ao retorno das aulas escolares, horário estendido de bares e restaurantes, trarão um aumento importante na atividade comercial, gerando mais emprego e renda para a população”, declarou Moura.
Para o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac) e presidente do Sindicato das Indústrias de Extração de Areia, Argila e Laterita do Estado do Acre (Sindmineral/AC), João Paulo Pereira, o setor produtivo deve avançar, nos próximos meses, e a expectativa é de que isso se reflita na economia.
“[O avanço da vacinação] permite que as empresas vislumbrem que não haverá blackout ou um fechamento dessas atividades, voltando ao ‘novo’ normal, a gente acredita que, desta forma, o setor produtivo, de modo geral, vai poder avançar, a economia vai trazer mais reflexos positivos, estamos acreditando que vai ter esse ganho, e esperamos que isso se reflita em números”, declarou Pereira.
Na indústria, todos os trabalhadores com idades entre 18 e 50 anos já foram vacinados contra a Covid-19, em um total de, aproximadamente, nove mil trabalhadores que receberam, pelo menos, a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus, de acordo com a Fieac.