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Em Acrelândia, animais abandonados são resgatados por cabeleireiro

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Baixote foi atropelado, mas apesar dos esforços, não resistiu aos ferimentos e morreu (Foto: Wellington França/Acervo Pessoal)

Na pequena cidade de Acrêlandia, no Acre, um cabeleireiro tem chamado a atenção por seu amor com os animais. Aos 35 anos, Wellington França descobriu na pandemia um problema vivenciado em todo o Brasil: o abandono de animais que, durante a pandemia, bateu recorde. A OMS estima que existam no país cerca de 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães abandonados.

Desde criança, Wellington sempre teve muito amor pelos bichinhos, mas foi na pandemia que ele viu esse amor transbordar. “Nosso trabalho começou já durante a pandemia, pois quando fechou tudo, percebi que os animais ficaram sozinhos nas ruas e até os lixos estavam vazios, então eu e minha esposa decidimos alimentá-los e surgiu a ideia de dar água e ração para eles. Assim nós criamos esse comedouro e o bebedouro, uma ideia genial que deu certo”, conta ele.

O projeto dura pouco mais de um ano e conta apenas com recursos próprios e algumas doações. Nesse período, foram tantos animais assistidos que Wellington já perdeu as contas de quantos ele e a esposa ajudaram. O caso de maior repercussão foi do cachorro batizado pelo nome de “Baixote”.

“O baixote foi atropelado no centro da cidade próximo a minha barbearia. Foi justamente em pleno frio de 18 graus em meio àquele vento forte. Uma caminhonete passou por cima das patas dele. Então a proprietária de uma loja viu o animal agonizando no canteiro e nos chamou para fazer os primeiros socorros”, conta ele.
No acidente, o filhote quebrou as patas, fraturou a bacia, estourou uma hérnia que ele já tinha e, portanto, ficou totalmente debilitado. “Levamos ele para Rio Branco para uma clínica veterinária. Tudo o que poderia ser feito, fizemos. Mas mas o Baixote teve uma hemorragia e infelizmente não resistiu”, lamenta ele.

Para Wellington, o caso do filhote atropleado é um exemplo da falta de compaixão das pessoas que muitas vezes não tem a paciência de parar o carro para que os animais atravessem a rua. “Nesse caso pedimos ajuda nas redes sociais e muitas pessoas abraçaram a causa e nos ajudaram, então conseguimos o valor para quitar o tratamento dele”, contou.

A professora Clícia Sales, esposa de Wellington, vê o trabalho realizado como uma missão divina.

“Vejo esse trabalho como uma missão dada por Deus de ajudar os bichinhos que não tem voz. Várias casos já me tocaram e tocam todos os dias, inclusive o do cãozinho Baixote e o Costelinha que foi encontrado sendo comido pelos carrapatos vivo e nós adotamos. O Wellington é um guerreiro, porque não temos condição e mesmo assim, não se recusa a ajudar. Ele mete a cara e vai pra cima pedindo ajuda e tudo dá certo.Com a repercussão do trabalho, agora o casal pensa em sensibilizar as autoridades sobre o problema.

“Nós pensamos em sensibilizar as autoridades competentes que olhem com um olhar de misericórdia para a causa animal. Eles precisam de um canil, castração e também um lar e só dá para fazer isso com a ajuda do governo, porque sozinhos não fazemos muito. Infelizmente o que posso fazer com a ajuda da população é alimentá-los e esses casos mais graves acudi-los, por isso eu quero aproveitar o espaço pra pedir ajuda a quem se sensibilizar e puder contribuir com a nossa causa, que faça uma doação de qualquer valor via PIX (CNPJ26686197000158). Tudo é feito com muita transparência e tenho publicado tudo nas minhas redes sociais como forma de prestar contas e incentivar as pessoas a olharem esses animais de outra forma”, finalizou Wellington França.

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