O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que o intervalo entre as doses da vacina da Pfizer vai diminuir de 3 meses para 21 dias como estabelece a própria bula. No Brasil, a pasta sempre estendeu o tempo com a justificativa de que ajudaria a vacinar mais pessoas com a primeira dose em um intervalo de tempo menor contrariando, assim, a bula do imunizante.
“Precisa ver qual é o melhor timing disso, mas que vai diminuir, vai. A gente está só vendo com CONASS e CONASEMS, na tripartite, para gente ver qual é a melhor data para diminuir o prazo de 3 meses para 21 dias. Então, encurtando o prazo ficando o mínimo pontuado pela Pfizer”, explicou Rodrigo Cruz à imprensa. Ele afirmou que o laboratório também está sendo ouvido para a decisão considerar o abastecimento e os cronogramas de chegada e de distribuição.
Sendo assim, a espera deve acabar nos próximos dias, com a definição das doses de agosto.
Sobre a AstraZeneca, o secretário diz que, sim, tem a possibilidade na bula de diminuir de 12 semanas para até 4 semanas, mas o foco do Ministério da Saúde é a Pfizer. “Porque tecnicamente, tem se mostrado mais interessante, em termos de resposta imunológica, manter o prazo mais extenso”, concluiu.
Intervalo de 3 meses não foi recomendado pela farmacêutica
Coordenador do teste clínico da vacina da Pfizer no Brasil, o médico Cristiano Zerbini reforçou, em entrevista à CNN, que os estudos feitos com o imunizante foram somente para intervalos de três semanas entre as doses.
“O intervalo de três meses entre as duas doses não foi recomendado pela Pfizer”, disse Zerbini. “Foi um estudo inglês que mostrou que isso poderia acontecer, pois, de fato, entre a primeira e segunda dose pode haver queda da efetividade, mas ela se mantém bastante razoável”, explicou o especialista.
O médico destacou que, de acordo com o estudos da farmacêutica, 11 dias após a primeira dose, a efetividade da vacina chega a 92%. “E sete dias após a segunda dose, tem efetividade é de 95% e ela permanece, dependendo da população onde foi estudada, após seis meses, entre 86% e 100%.”
A queda de efetividade da vacina após alguns meses da segunda dose é o motivo, segundo Zerbini, pelo qual a farmacêutica estuda a possibilidade de aplicação de uma terceira dose.