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Serviço de acolhimento familiar proporciona lares provisórios a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade

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Atualmente, quatro famílias estão ativas no serviço de acolhimento familiar em Rio Branco (Foto: Cedida)

A Capital acreana possui, atualmente, cerca de 90 crianças em situação de abandono, violação de direitos, entre outras situações de vulnerabilidade, que vivem em abrigos. O que pouca gente sabe é que existe um programa capaz de dar a essas crianças um lar, ainda que provisoriamente.

Na prática, as famílias cadastradas no serviço “Família Acolhedora” abrem as portas de suas casas para crianças e adolescentes por um período mínimo de seis meses, podendo ser renovado ou não, a depender de múltiplos fatores, como a disponibilidade da família ou até mesmo a adoção da criança ou adolescente em questão.

“Tudo é feito através de uma decisão judicial. A família faz um cadastro e passa por um treinamento para fazer o acolhimento dessas crianças que vivem em situação de abandono, violação de direitos, e elas ficam com essa família até que o vínculo com a família de origem fique fortalecido, para que elas não fiquem numa instituição de acolhimento, não percam a essência da família, da importância de viver em uma família, até para não ter seus direitos violados”, explica Ana Paula Souza, gerente do Departamento de Proteção Social Especial da Prefeitura Municipal de Rio Branco.

Durante a pandemia, a demanda aumentou consideravelmente, mas, a falta de conhecimento das pessoas em relação ao programa ainda é uma barreira para expandir o acesso de crianças e adolescentes às famílias.

“O serviço de acolhimento familiar não parou na pandemia, porque são serviços de alta complexidade. A procura, no primeiro semestre do ano, aumentou significativamente e muita gente não conhece, por isso não é muito vista essa situação. Temos superlotação em abrigos e se mais pessoas tivessem conhecimento desse programa folgaria mais”, alertou Ana Paula.

A equipe multidisciplinar trabalha acompanhando cada etapa do acolhimento. De acordo com a psicóloga do Serviço de Acolhimento Familiar, Jercilane Ferreira Rege, tudo é feito com muito cuidado, para que a criança ou adolescente entenda, desde o início, que se trata de um processe temporário.

“Desde o início, quando se começa o processo de acolhimento, a criança junto à família já recebe atendimento individualizado, visando que, futuramente, terá que sair dessa família. À medida que promove o acolhimento temporário, a Família Acolhedora trabalha pela fortalecimento do vínculo da criança ou núcleo de origem, visando à reintegração familiar” , diz a psicóloga.

Aprendizado mútuo

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O professor Francisco Ferreira e a esposa, a costureira Marizete Rocha, já acolheram cinco crianças em sua casa (Foto: Arquivo pessoal)

Casados há 25 anos, o casal Marizete Silva da Rocha, 47 anos, Francisco da Conceição Ferreira, 58 anos, decidiu, há cinco anos, iniciar o acolhimento de crianças e adolescentes. Desde então, já ajudou cinco crianças.

“Meu marido assistiu uma palestra na igreja, ficou muito emotivo, aí nós nos cadastramos e começamos a acolher as crianças. A gente também aprende muito com essas crianças. Elas vêm com seus problemas familiares, cada pessoa é uma criança diferente, precisando de muito apoio, carinho, paciência, e a gente vai aprendendo a lidar”, conta Marizete, que, atualmente, acolhe, junto de sua família, uma criança de dez anos.

Como se cadastrar

Os requisitos para se cadastrar no programa são:

Para mais informações, basta procurar o Conselho Tutelar ou a Família Acolhedora, por meio dos telefones (68) 99946-5457 ou (68) 99221-6494. O serviço também possui um perfil na rede social instagram.

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