Era uma quinta-feira comum de trabalho para o fiscal do Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos do Acre (Sindcol) Ronildo de Souza, 49 anos, quando ele começou a se sentir mal no Terminal Urbano. Ele não sabia, mas estava tendo um infarto. Naquele dia, ele jamais poderia imaginar, mas sua vida iria recomeçar.
O caso aconteceu no último dia 24 de junho, mas se tornou conhecido publicamente após a divulgação das imagens do circuito de segurança do local pela assessoria de comunicação da Polícia Militar nesta semana. Nas imagens, é possível ver a cena que Ronildo descreve a seguir.
“No Terminal Urbano, por volta de 06:30 eu senti muita dor no peito, falta de ar, tentei ligar para uma colega, mas não consegui, senti dormência nos braços, levantei, fui pedir ajuda, pois estava passando mal, não conseguia falar nada com muita dor no peito, aí apaguei”, relata ele que não sabe o que aconteceu pois esteve desacordado por alguns minutos, despertando somente na Ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência (Samu).
O que Ronildo não sabia até então, é que o vazio em suas lembranças havia sido preenchido pelo soldado da Polícia Militar Jercildo Medeiros, que passava pelo local. Alertado por uma colega de trabalho de Ronildo, ele teve que agir rápido em uma luta contra o tempo para salvar a vida do fiscal.
“Eu estava no box aguardando pra fazer a ronda no terminal quando fomos abordados por uma amiga dele, avisando que ele tinha passado mal. Quando chegamos lá ele estava caído no chão e aparentemente sem respirar, foi quando eu me abaixei e percebi que ele não estava respirando, comecei a massagem cardíaca nele e logo ele mexeu o braço e eu pude ver que ele voltou a respirar novamente. O Samu chegou e deu sequência aos procedimentos e ele se recuperou”, conta Medeiros.
Soldado da PM aprovado no último concurso público realizado em 2017, Medeiros diz que esse dia ficará marcado para sempre em sua memória.
“Esse dia vai ficar guardado para sempre na minha memória, porque eu vi que, se eu não tivesse feito nada, ele poderia ter morrido ou até ter ficado com sequelas. Naquele momento eu tive que agir, graças a Deus tivemos aula de primeiros socorros no curso de formação, eu pude colocar em prática e tive êxito. Agradeço a Deus que me iluminou pra que eu pudesse contribuir dessa forma. Como o lema da PMAC, o objetivo é realmente servir e proteger”, disse.
O encontro
Desde o ocorrido já se passaram cerca de 20 dias e os dois já se encontraram. Foi aí que Ronilson conheceu aquele que salvou sua vida.
“Até então ele não sabia quem tinha socorrido ele, porque ele estava desacordado e quando acordou já estava com [a equipe do] Samu, e só depois ele descobriu que tinha sido eu”, destacou Medeiros.
Ronilson acredita que ganhou uma nova chance. “Eu não lembro de nada, e só lembro que estava no Samu. Agradeço a Deus por ter me dado mais uma chance e ao soldado, muito grato por tudo”, declarou.