As contas de luz estão mais caras a partir de Julho com o reajuste tarifário da bandeira patamar dois, aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A mudança representa um aumento de 52% nesta bandeira tarifária, considerando que a cobrança extra passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos.
Na prática, a Aneel estima que, nos meses em que vigorar a bandeira vermelha patamar 2, o impacto médio para o consumidor seja de 4,9%. A cobrança adicional é aplicada às contas de luz quando aumenta o custo de produção de energia e foi adotada porque, segundo o governo, o Brasil vive a pior crise hídrica dos últimos 91 anos, pois os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por 70% da capacidade de geração de energia do país, estão com quase 30% da capacidade de armazenamento, e não há perspectiva de chuva forte nessas regiões até o mês de outubro.
As usinas termelétricas, que são consideradas mais caras e poluentes, estão sendo acionadas para garantir o fornecimento de energia. Por isso, houve aumento no custo da geração de energia – estimado em R$ 9 bilhões pelo Ministério de Minas e Energia, valor que é repassado para os consumidores. Logo, o reajuste na bandeira tarifária vermelha é o nível mais alto do sistema de bandeiras tarifárias.
Entenda como funciona o sistema de bandeiras tarifárias
Criado em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias visa sinalizar o custo de geração de energia e é dividido nas cores verde, amarela e vermelha que indicam se haverá ou não acréscimo no valor da energia a ser repassada ao consumidor final, em função das condições de geração de eletricidade. Cada modalidade apresenta as seguintes características:
Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo;
Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,01874 para cada quilowatt-hora (kWh) consumidos;
Bandeira vermelha – Patamar 1: condições mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,03971 para cada quilowatt-hora kWh consumido.
Bandeira vermelha – Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,09492 para cada quilowatt-hora kWh consumido.