As vereadoras Lene Petecão (PSD) e Michelle Melo (PSB), presidente e vice, respectivamente, da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara Municipal de Rio Branco formalizaram em sessão ordinária nesta terça-feira, 13, o pedido de afastamento do secretário municipal de Saúde, Frank Lima, denunciado por assédio sexual.
O documento, que pede o afastamento temporário de Lima para que as denúncias sejam apuradas, recebeu o apoio dos vereadores Emerson Jarude (PSL) e Adailton Cruz (PSB), e deve ser encaminhado ao gabinete do prefeito Tião Bocalom ainda hoje.
Lene Petecão (PSD) destacou que não se trata de culpar o secretário antecipadamente, mas de permitir que o processo possa correr com tranquilidade.
“A nossa indicação, assinada por mim e pela vereadora Michelle [Melo, PSB] tem esse formato da gente ter a liberdade de acompanhar isso de perto e a propria gestão. Nós precisamos dar vez e voz a essas mulheres. Não estamos criminalizando, nem colocando o secretário na forca, precisamos ter solidariedade com essas mulheres”, declarou Lene.
Michelle Melo, ressaltou que foi procurada por sete mulheres, enquanto vereadora e médica. A partir daí, orientou as supostas vítimas a procurarem os órgãos competentes.
“Algumas denunciantes já foram ao Ministério Público, já fizeram denuncias e estão deixando os órgãos a par do que elas disseram que aconteceu. Não nos cabe fazer justiça ou julgamentos, não é pra isso que estamos aqui. Pedimos ao prefeito que faça o afastamento do secretário para que ele possa evitar retaliações e constrangimentos (…) para garantir a impacialidade, transparência e confiança daqueles que estão dentro da secretaria”, esclareceu Michelle Melo.
O vereador Emerson Jarude também defendeu o afastamento para que as investigações ocorram com tranquilidade e que a população tenha uma resposta.
“[Esse afastamento] é para que as investigações aconteceçam da melhor maneira possivel, não estamos querendo culpar, nem dizer que ele é um condenado, o que a gente quer é criar essa zona de conforto para que essas pessoas possam fazer suas denúncias, seja investigado a fundo para que possamos dar uma resposta a população”, esclareceu Jarude.
Para Adailton Cruz, manter o secretário no cargo é um erro cometido pelo Prefeito Tião Bocalom.
“Ao meu ver é mais um erro. Realmente pode inibir a manifestação dessas mulheres que nós não temos certeza se foram ou não assediadas, mas se foram, [manter Lima do cargo] é um meio de cercear, mas a conduta mais moral, seria o próprio Prefeito ou o secretário, se afastar no minimo por 90 dias até que sua inocência fosse provada. Manter o secretário no cargo é um pecado, porque já o absolve por antecipação. É uma denúncia grave, sem precendentes”, opinou Cruz.
Frank Lima se pronuncia em coletiva
O secretário de saúde Frank Lima realizou uma coletiva de imprensa na manhã desta terça, 13, para se pronunciar sobre as denúncias de assédio sexual contra servidoras. Ele afirma que não vai se “esconder atrás do cargo”, que está à disposição da sociedade e vai exercer seu direito de defesa. Confirmou ainda que a Prefeitura de Rio Branco vai abrir um processo administrativo para apurar a situação.
“Sou um homem brincalhão, mas dentro do limite do respeito (…) Nossa secretaria está aberta para que vocês possam ouvir os dois lados. No fórum correto eu vou apresentar minha defesa (…) como tiveram o direito de me acusar, terão também o direito de me apresentar as provas”, declarou o secretário.
Sobre os áudios das mulheres que estariam denunciando o secretário, Frank Lima diz eu ouviu um dos depoimentos e acredita que todas as denúncias sejam de uma mesma mulher. Destacou ainda que é “pai de família”, que tem duas filhas mulheres e não violaria o direito das mulheres.
“A honra é inegociável, eu estou muito tranquilo, tenho fé em Deus e sei o que fiz na minha secretaria. Eu não tenho relacionamentos fora da minha secretaria com subordinados e nem dentro dela”, afirmou.
Com relação a vereadora Michelle Melo (PSB), que recebeu as primeiras denúncias e apresentou, nesta manhã, um pedido de afastamento temporário do secretário, Frank afirma que trata-se de um “ataque não pontual”. Ele afirma que essa não é a primeira vez em que ela “ataca” o trabalho da secretaria, e que se tornaram ações deliberadas.
“Essa vereadora me tomou como alvo especial, não me furto disso porque sou homem público. Mas acho que ela passou dos limites quando passou para o campo pessoal. Não conheço de janeiro até agora nenhum projeto dela de melhoramento para a saúde. Eu fui atacado lá nas alagações e nós respondemos trabalhando, fui atacado nas vacinas e nós respondemos com trabalho, eu fui atado pelas fila e nós respondemos trabalhando (…) eu estou tranquilo, eu vou fazer o meu trabalho e ela vai fazer o dela”, encerrou Frank.