X

Beach tennis conquista acreanos e Capital deve sediar o 1º campeonato em outubro

Número de praticantes do beach tennis tem crescido a cada dia (Foto: Cedida)

Se você é daqueles que acredita não ter desenvoltura para o esporte é porque, certamente, nunca ouviu falar do beach tennis. A modalidade surgiu por volta de 1987, na Itália, e, desde então, vem ganhando adeptos no mundo, inclusive em cidades não praianas, como Rio Branco.

Na Capital acreana, o grupo de praticantes cresce a cada dia, porque o esporte pode ser praticado por pessoas de todos os gêneros e idades, contribuindo para uma melhor coordenação motora, além de fortalecer os músculos das pernas, glúteos e promover alto gasto calórico.

A designer de interiores Ana Carolina Zannin é uma das entusiastas do beach tennis no Acre, e o que começou como um hobby acabou se tornando um negócio.

“Começou como uma brincadeira (…), nós conhecemos o beach tennis em Santa Catarina e nos apaixonamos. Começamos a fazer aulas e, quando voltamos pra Rio Branco, não tínhamos onde continuar. Então, a gente montou uma quadra no sítio do meu sogro, e a brincadeira foi crescendo, os amigos foram conhecendo. Na pandemia, foi o nosso refúgio”, relata Ana.

Neste ano, Ana e o marido, o engenheiro civil Frederico Zannin, decidiram abrir uma nova quadra, mas a procura foi tão grande que, em menos de um mês, eles já contam com cerca de 30 alunos inscritos.

“A gente começou a arena pra gente brincar, porque é um esporte muito divertido, era algo muito caseiro, mas não imaginávamos a proporção que isso iria tomar. Hoje, já estamos com cerca de 30 alunos fazendo aula, e a mulherada está em peso”, conta Ana.

‘Amor à primeira jogada’

Cintia Hessel e o filho, Leonardo, 14 anos (Foto: Acervo pessoal)
Marcela Mastrangelo Jorge e a filha Anna, de 9 anos (Foto: Acervo pessoal)
Marcela Mastrangelo Jorge e a amiga, jornalista Danielle Carlos (Foto: Acervo pessoal)
O grupo da Arena Mastrangelo Jorge já conta com cerca de 70 participantes (Foto: Acervo pessoal)

A dentista Cintia Hessel começou a praticar no início de junho, motivada por amigas. Até então, ela diz que nunca tinha ouvido falar em beach tennis, mas achou interessante e resolveu conhecer. “Mesmo não sendo uma praticante assídua de esportes, sempre gostei das atividades coletivas. E foi ‘amor à primeira jogada'”, relata.

O beach tennis é uma excelente opção para quem quer melhorar o condicionamento físico e cuidar da saúde. Mas esses não foram os únicos motivos que levaram Cintia a continuar praticando.

“Além do benefício do exercício em si, há a interação com os outros praticantes, com os amigos, as trocas pessoais e conhecimento. Meu marido também gosta de bater uma bolinha de vez em quando, e hoje levo meu filho junto comigo, porque ele também adorou a modalidade e não quer perder nenhum treino! Talvez, este seja o meu maior benefício: trazer meu adolescente pra mais perto da gente!”, relata Cintia.

A dentista é uma das pessoas que treina na Arena Mastrangelo Jorge, criada pela família de mesmo sobrenome. De acordo com a terapeuta Marcela Mastrangelo Jorge, a “anfitriã” da arena familiar, tudo começou através do filho mais velho, Giovanni, de 16 anos, que gosta de esportes com raquete, como tênis de mesa, tênis, entre outros.

“Em um período de férias, nós viemos para São Paulo e estava começando essa efervescência de  beach tennis, e ele descobriu um professor e começou a ir junto com o irmão do meio e o pai. Logo, a família inteira começou a treinar. Quando retornamos a Rio Branco, meu marido, que é entusiasta de qualquer esporte, decidiu criar uma quadra de beach tennis para a família, num terreno que temos ao lado de casa, e começou a convidar amigos nossos e assim formamos um grupo bem legal. Atualmente, já temos cerca de 70 pessoas frequentando”, conta Marcela.

A adesão foi tão grande que, hoje, a família já ampliou o espaço, que se tornou, além de um local para prática de esportes, uma área de lazer e entretenimento.

“A ideia principal do meu marido era isso. Incentivar para que esse grupo de amigos pudesse estar junto, fazendo alguma atividade esportiva, trazendo saúde. Entre os amigos, somos todos na faixa dos 40 anos, e isso promove um bem estar imenso, fora os benefícios emocionais e psicológicos. Sempre o entretenimento, estar juntos, brincar junto faz bem”, conta Marcela.

Torneio de beach tennis

Ana e o marido Frederico Zannin praticando o beach tennis (Foto: Acervo pessoal)

Com o aumento da procura pelo beach tennis, Ana Zannin e o marido estão buscando se profissionalizar cada vez mais. De acordo com Ana, o casal está investindo na qualificação da mão de obra, que é uma das deficiências locais em relação ao esporte.

“Nós temos um professor, e estamos enviando ele pra um curso de beach tennis e estamos formando mais uma professora. Hoje, a nossa dificuldade é mão de obra, e isso nos limita, mas a nossa ideia é focar em alinhar tudo o que nós criamos e implementar algumas coisas. Estamos, inclusive, em Florianópolis, nos especializando. Meu marido está fazendo uma clínica (especialização) para os homens, vendo treinos novos e conhecendo materiais. Compramos todo o material, inclusive raquetes, porque as pessoas criam preconceito por causa do material e fizemos todo esse investimento para disponibilizar esse material para o aluno ou para a pessoa que está indo só jogar”, relata Ana.

O entusiasmo do casal tem aumentado a cada dia, tanto que eles pretendem realizar já em Outubro o 1° Campeonato de Beach Tennis do Acre, com a participação de um treinador de Florianópolis/SC.

Para mais informações sobre o aluguel das quadras de areia e a prática de beach tennis, basta entrar em contato por meio do aplicativo WhatsApp.

História do beach tennis

O beach tennis foi criado em meados de 1987, na província de Ravennana, na Itália. Em 1996, o esporte começou a se profissionalizar. Atualmente, este esporte tem uma mistura do tênis tradicional, vôlei de praia e badminton, e suas regras e práticas vêm se modificando, ao longo dos anos. Segundo a ITF, ele é praticado por mais de 500 mil pessoas espalhadas em todos os continentes, independentemente de sexo e idade.

A modalidade chegou ao Brasil em 2008, no estado do Rio de Janeiro. Desde então, o beach tennis vem crescendo rapidamente para outras cidades litorâneas brasileiras. Ganhou popularidade, inclusive, nas cidades não praianas, como Belo Horizonte, Brasília e Araraquara. Entre os locais onde há um maior número de praticantes estão Rio de Janeiro, Fortaleza, Santos, Vitória, Florianópolis, Porto Alegre, Mogi das Cruzes, Guarujá, João Pessoa, Salvador , Campina Grande, Cachoeira de Itapemirim, Novo Hamburgo, Natal, Brasília, Maringá e São Paulo. Hoje, segundo a ITF, o Brasil é a segunda maior força do mundo neste esporte, atrás apenas da Itália, o país criador da modalidade.

Apesar de o esporte ser relativamente novo no Brasil, o país já conseguiu resultados significativos, como o terceiro lugar no Campeonato Mundial em Ravenna (2008), o primeiro lugar na Copa das Nações em Aruba (2010), campeão no mundial por equipes (2013), campeão mundial na Cervia (2016), campeão Sul-Americano (2014) e campeão Pan-Americano (2014, 2015, 2016 e 2017). Em 2017, foi realizado o maior evento de beach tennis no mundo, em Niterói, que contou com a participação de 700 atletas. Teve chaves de amadores e profissionais, valendo, para esses últimos, pontos no ranking mundial da ITF.

O primeiro torneio de beach tennis realizado no Brasil foi na cidade de Florianópolis, em dezembro de 2010, com 36 tenistas inscritos.

Fonte: Confederação Brasileira de Tenis

Categories: Geral NOTÍCIAS
Agnes Cavalcante: