Estive pensando, quem de fato sou eu? Qual é a minha? Pois, ao que parece, diante das agruras humanas, já não sei mais qual é o meu verdadeiro papel no cenário geral da existência humana. O que devo fazer e o que dizer, neste hospício, nesta torre de babel onde cada um monta um teatro à parte.
Sim, qual é a minha? O que permeia o meu pensamento? Será que penso e tenho interesse, por exemplo, no presente momento da vida brasileira, notadamente da vida política partidária em que pontifica o grotesco, a mediocridade de pensamento e, a ausência de homens e mulheres com perfil de estadistas. Qual é minha em relação a esta classe política, onde se revela na essência aquela máxima de que o homem é um ser radicalmente corrompido. Em outras palavras: classe política vaidosa que tudo corrompe, em tudo penetra e a tudo reduz a um irremediável domínio das paixões viciosas.
Qual é a minha visão, já que sou metido a gestor de educação superior, da educação vigente no Brasil, em todos os níveis? Afinal, continuamos enquadrados na antiga assertiva de Anísio Teixeira (1900-1971): ”Jamais fizemos da educação o serviço fundamental da república”. Anísio Teixeira (jurista, educador e escritor) diz ainda, que a “Democracia é, literalmente, educação. Há, entre os dois termos, uma relação de causa e efeito. Numa democracia, pois, nenhuma obra supera a da educação. Haverá, talvez, outras aparentemente mais urgentes ou imediatas, mas estas mesmas pressupõem, se estivermos numa democracia, a educação. Com efeito, todas as demais funções do Estado democrático pressupõem a educação. Somente esta não é a conseqüência da democracia, mas a sua base, o seu fundamento, a condição mesma para a sua existência.”
Qual é a minha em relação a atual ética digital. Em como conciliar os valores de uma jovem cibercultura (tecnologia, informação, sociedade e seus valores) a uma sociedade conservadora e ainda analógica?
Qual é a minha opinião sobre a situação socioeconômica que caracteriza tão fortemente o nosso século? Não apenas por causa das visíveis e gritantes contradições entre cidades que revelam a sofisticação e os parâmetros de Primeiro Mundo com seus abundantes recursos e exacerbado custo de vida, em contraste com as nossas cidades de qualidade de vida própria de países do Terceiro Mundo, que não conseguem esconder os seus pobres, porque são muitos ou quase todos, que convivem com a dor e a fome que os impelem para as ruas no desesperado desejo de saciá-la.
Qual é a minha e qual é a da raça humana?
Qual é a nossa neste mundo de meu Deus?
HUMANISTA. E-mail: [email protected]