Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que, apesar do avanço na imunização no Acre, 16,63% dos jovens com idade entre 12 e 18 anos ainda não receberam a primeira dose ou vacina de dose única contra Covid-19 no Estado, o que corresponde ao número de 96.748 jovens. Além disso, aqueles que não receberam a segunda dose são um total de 161.584, ou seja, 27,78%.
Os dados foram divulgados pelo MS, nesta quinta-feira, 26, e segundo relatório, o impacto esperado das ações de vacinação se inicia após cerca de 30 dias da distribuição da vacina, considerando o tempo de operação para aplicação das doses e o tempo necessário para o desenvolvimento da resposta imune.
O MS ressalta que não se pode considerar a vacinação como uma resposta imediata para contenção da circulação do vírus, mas sim uma medida preventiva para redução da ocorrência de casos graves e óbitos a médio e longo prazo. A oferta da primeira dose para a população tem efetividade maior que 65% para prevenção de formas graves, inclusive para variante Delta, conforme dados publicados pelo Canadá e Reino Unido.
Público geral que não tomou segunda dose é superior a 67 mil pessoas
São exatos 67.747 acreanos que já podem tomar a segunda dose da vacina contra Covid-19 e ainda não voltaram às unidades de Saúde para completar a imunização, segundo dados da Coordenação Estadual de Imunizações do Acre. Deste número, 34.769 pessoas são de Rio Branco e 8.278 da cidade de Cruzeiro do Sul. Os números representam tantos as pessoas que já estão em época ideal da vacina quanto as que estão atrasadas.
No Acre, o estado adotou o intervalo de 45 dias entre a primeira e segunda dose da vacina da Astrazeneca/Fiocruz, 60 dias para a vacina da Pfizer e 28 dias para a do Butantan. Mas vale destacar que a decisão de acatar ou não a antecipação das doses depende de cada município e também da disponibilidade de estoque.
A coordenadora Estadual de Imunizações, Renata Quiles, reforça a necessidade das duas doses para garantir o percentual máximo de proteção divulgado por cada laboratório, além de destacar a preocupação com a nova variante. “Nossa preocupação está em garantir que a pessoa receba as duas doses. Sabemos também que a Variante Delta somente é bloqueada com as duas, sendo esta variante grande preocupação para os especialistas por seu perfil silencioso e de maior potencial transmissível”, afirma.
Um dos principais motivos para não tomar a segunda dose seriam os sintomas após a primeira, segundo a coordenadora. Mas ela esclarece que estes são mais comuns no primeiro contato com o imunizante e não costumam se repetir com a mesma intensidade. Somente com a vacinação é possível promover imunidade por mais tempo com a possibilidade de não passar por sintomas graves da doença além de reduzir as chances de desenvolver sequelas.
“Passando pela doença não saio ileso, vou carregar por anos as sequelas. Passando pela vacina, garanto após (talvez) um episódio de febre e mal estar, sair ileso e com mais tempo de proteção”, reforça Renata.
Para atrair o público atrasado, a Sesacre está em parceria com veículos de comunicação e faculdades para a divulgação da importância da segunda dose. “Alguns municípios vão adotar a busca ativa e a própria antecipação é uma estratégia de resgate da população”, comenta Quiles.
Leia também: Sesacre confirma aplicação de 3ª dose para idosos acima de 70 anos, a partir de 15 de setembro