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Volta do voto impresso no país divide opiniões da bancada federal do Acre

Considerado modelo de eficiência no processo de votação e de apuração, o modelo de eleições no Brasil, que se utiliza das urnas eletrônicas desde 1996, tem sido pauta de polêmica desde que o presidente da República, Jair Bolsonaro, decidiu questioná-lo, defendendo a volta do voto impresso. Entre os deputados da bancada federal do Acre, o assunto divide opiniões.

Indagado, o deputado Flaviano melo (MDB) foi conciso. “Sou contra…Mudar o que deu certo? Pra quê?”, enfatizou.

Também contrários, os deputados de esquerda Perpétua Almeida (PC do B) e Léo de Brito (PT) atribuem a intenção do presidente ao medo de perder as eleições e ao propósito de criar um fato político, como nas eleições americanas.

“A urna eletrônica tem 25 anos e os brasileiros votam nela desde 1996. O sistema da urna eletrônica não está na internet. E o voto eletrônico nunca teve fraudes, é totalmente seguro e auditável. Acontece que o Bolsonaro está se borrando de medo de perder a eleição, por isso já faz confusão, exigindo um retrocesso para o tal do voto impresso. Imita o Trump de forma contrária sobre voto impresso. Nos Estados Unidos, o voto é impresso em vários Estados, e o Trump disse que teve fraudes nas eleições, na parte do voto impresso. Já o Bolsonaro diz que quer o voto impresso no Brasil, argumentando que não confia no voto eletrônico. O fato é que eles não estão nem aí se o voto é impresso ou eletrônico, eles querem saber mesmo é se melam o processo eleitoral e destroem nossa democracia”, disse Perpétua.

Para Léo de Brito, trata-se de um retrocesso.  “No momento em que todos os processos vem sendo informatizados e que temos o modelo brasileiro como exemplo mundial de eficiência na apuração e no processo de votação, considero um verdadeiro retrocesso. O modelo brasileiro está comprovado que deu certo, há décadas sendo utilizado. Não há nenhum caso de fraude comprovada. As urnas eletrônicas são auditáveis, portanto o que vejo é a tentativa do presidente Bolsonaro e de seus seguidores de criarem um fato político, uma vez que ele tem uma rejeição de dois terços do eleitorado, segundo as pesquisas, e muito provavelmente, tem grandes chances de perder a eleição em 2022. Então, eu entendo que o presidente da República, como ele mesmo disse, tá querendo criar um fato, para que não haja eleição em 2022, se tiver ele vai fazer uma confusão como os correligionários de Donald Trump fizeram na eleição americana.”, destacou

Já o deputado Alan Rick (DEM) manifestou seu apoio à tese do presidente. “Reitero meu apoio ao voto impresso auditável. Quem tem medo do voto Impresso? O voto impresso não prejudicará o Brasil, pelo contrário, ajudará a aperfeiçoar o sistema eletrônico, permitindo que novas tecnologias integrem a nosso ordenamento e dê mais transparência às eleições. A Comissão Especial criada para analisar a Proposta de Emenda à Constituição que torna obrigatório o voto impresso já está com o relatório pronto para a votação.  Esta não é a primeira vez que o tema é debatido no Congresso. Votei a favor do voto impresso em 2015 e faltou ao TSE executar sua implementação. É bom para o Brasil e para os eleitores. Eu apoio o voto impresso!”, escreveu em suas redes sociais.

A Gazeta do Acre: