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Acre não tem casos da doença da “urina preta”

O Acre não tem casos registrados da doença de Half, conhecida popularmente como doença da “urina preta”, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). Recentemente, casos da doença foram diagnosticados no Amazonas, na Bahia, no Ceará e no Pará, colocando a população em alerta.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou por meio de comunicado oficial que todos os casos notificados e em investigação sobre a doença de Haff estão sendo acompanhados pelas equipes de epidemiologia do Ministério da Saúde em cooperação com os Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA/RS) e o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).

Sobretudo, apesar de o Acre não ter registros da doença, as orientações do Mapa ainda são válidas. De acordo com o Ministério, a população deve ficar atenta na hora de comprar pescados, de forma geral. Peixes, mariscos e crustáceos comercializados devem conter o selo dos órgãos de inspeção oficiais. Os produtos identificados pelo carimbo de inspeção na rotulagem possibilitam a rastreabilidade de sua origem, o que os torna seguros.

“É muito importante que a população esteja atenta aos informes, evitando assim informações especulativas que venham a ocasionar confusão a respeito do tema”, explica a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Ana Lúcia Viana.

Pesquisas sobre os possíveis agentes causadores estão sendo realizadas pelo LFDA e o IFSC, a partir das amostras coletadas dos alimentos consumidos, bem como de material biológico dos próprios pacientes acometidos. Por ter sido registrada em diversos biomas (rios, lagos, mares etc.) e espécies, não é possível, até o momento, determinar, com base nos casos analisados, os ambientes e animais envolvidos.

Com base nas análises preliminares, as equipes laboratoriais realizaram uma ampla pesquisa de amostras em busca de moléculas suspeitas, especialmente dos grupos das palytoxinas e ovatoxinas, apontadas como as mais prováveis toxinas causadoras doença de Haff. São moléculas análogas – podem ser produzidas por microalgas tóxicas – e estão presentes na maioria dos aquários marinhos.

A Doença de Haff é transmitida por meio de toxinas presentes em peixes e crustáceos mal acondicionados

Síndrome

A doença de Haff ainda não tem causa definida e se caracteriza por ser uma síndrome em que ocorre uma rabdomiólise (ruptura de fibras musculares), com início súbito, apresentando rigidez, dores musculares e alterações de enzimas. Os primeiros sinais e sintomas podem se manifestar nas primeiras 24 horas após o consumo de peixe cozido, lagostins e outros frutos do mar contaminados. A enfermidade é considerada emergente e, por ter origem desconhecida, enquadra-se como evento de saúde pública (ESP), sendo considerada de notificação compulsória.

No Brasil, foram registrados casos da doença em 2008 com algumas espécies de água doce como o Pacu (Mylossoma spp), tambaqui (Colossoma macropomum) e pirapitinga (Piaractus brachypomus), bem como peixes de água salgada, como a arabaiana/olho-de-boi (Seriola spp.) e badejo (Mycteroperca spp), além de novos casos em 2016 e, agora, em 2021.

*Com informações do Ministério da Saúde
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Agnes Cavalcante: