Com a proposta de fazer um exercício contra o esquecimento da história acreana, a peça teatral “Afluentes Acreanas”, entra na sua terceira temporada a partir deste sábado, 18. O trabalho fica em cartaz nos dias 19, 25, 26 de setembro e 2, 3, 9, 10 de outubro, sempre às 19h30, no Memorial dos Autonomistas (no centro de Rio Branco). A entrada é gratuita e é obrigatório o uso de máscaras para permanecer no local.
“Alfuentes Acreanas”, do Grupo Candeeiro, aposta no passado para poder falar do presente e, assim, refletir sobre o futuro da nossa região. A partir das inquietações da artista Jaqueline Chagas, acreana de Tarauacá, com relação as suas origens, a montagem surge como forma de contar não apenas a história dos livros, mas também resgatar os relatos contados de geração para geração. Um espetáculo feito por acreanos, para acreanos e para todo o mundo.
“Ouvimos constantemente piadas a respeito de nossa existência, de como nos vestimos ou nos comportamos e tantas outras perguntas que parecem bobas, mas que questionam nossa identidade acreano e brasileira. Por isso, “Afluentes Acreanas” é essencial para que todos nós tenhamos conhecimento do nosso local de nascimento e possamos defender e lutar historicamente por ele”, destaca Jaqueline, que assina a dramaturgia, a direção, iluminação e a direção de arte.
A dramaturgia do espetáculo conta também com poemas de Iandra Moraes, que também atua na peça. A vida ribeirinha fez parte da trajetória da atriz, elemento essencial que conduz boa parte da história acreana, os rios. Dessa forma, Jaqueline uniu suas pesquisas bibliográficas, com as histórias de sua família (bisavó indígena e bisavô matador de índios) e as referências e poesias da amiga cena, com o intuito de criar um panorama geral de nossa história.
“Em Afluentes você tem os indígenas e suas lutas, suas perdas, não só as antigas, mas as de atualmente também, os sírios libaneses, os africanos, os nordestinos, os peruanos, os bolivianos, os manauaras, são todos grandes personagens dessa história acreana verde, amarela e vermelha”, explica.
O texto do espetáculo ficou pronto em 2019, quando foi aprovado em um edital da Fundação Garibaldi Brasil, mas sua primeira temporada só pôde ser realizada em dezembro de 2020, por conta da pandemia do Covid-19. Ainda em 2020 a dramaturga Maria Jaqueline Chagas, recebeu o terceiro lugar do Prêmio de Literatura da Fundação Garibaldi Brasil, na categoria dramaturgia. Além disso, através da lei Aldir Blanc, o espetáculo foi aprovado para realizar 12 apresentações divididas em duas temporadas, quatro apresentações em Janeiro de 2021 e oito em setembro de 2021.
O grupo estará recebendo doações para as crianças do Educandário Santa Margarida nos dia do espetáculo.
Ficha Técnica
Dramaturgia, direção, iluminação e direção de arte: Jaqueline Chagas / Poemas: Iandra Moraes/ Produção: Hysnaip Moura/ Elenco: Lonara Teixeira, Hysnaip Moura, Iandra Moraes/ Operação de Luz: Biah Araújo /Figurino: Naomhy Narrimann/ Artes: Wesley Silva/ Fotografia: Bianca Cabanelas/ Assistente: Klaryta
Leia também: