Um incêndio de grandes proporções numa área de mata, na região do Barro Vermelho, em Rio Branco, assustou os moradores do local, conforme registrado em um vídeo enviado à redação do site A Gazeta do Acre. Um segundo material mostra também a tensão vivida pelos moradores do Mocinha Magalhães. Os dois casos ocorreram no último final de semana e foram iniciados, supostamente, por queimadas urbanas ilegais.
No Barro Vermelho, a moradora lamenta a destruição ocasionada pelo fogo. “Devastou tudo aqui e eles aproveitam o final de semana que não tem fiscalização”, comentou, relatando que pelo menos 6 hectares de sua propriedade foram atingidos causando prejuízos ainda não calculados como a perca da cerca, diversas fruteiras do pomar e animais. “Dava dó de ver os bichos queimados, os que a gente criava aqui e muitos animais silvestres também.”, disse, pedindo para não ser identificada.
A situação é semelhante a que foi registrada no Mocinha Magalhães. “Algumas casas correm risco de serem incendiadas. A fumaça está insuportável com esse tempo seco. É uma área reservada para uma praça de alimentação, mas já tem muito tempo que está abandonada e as pessoas vêm colocam fogo e estão começando a construir pequenas casas.”, relatou a moradora que também pediu para que seu nome fosse mantido em sigilo.
Ambas temem represálias dos possíveis autores dos incêndios, por se tratar de crime previsto em lei, com pena de até quatro anos de reclusão e multa que pode chegar a R$ 9.658, de acordo com a Lei de Crimes Ambientais nº 9.605 de 1998.
Dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) confirmam que os meses de agosto e setembro são os que registram os maiores índices de ocorrências deste tipo, uma vez que, nesta época, o fogo encontra condições favoráveis para se alastrar como o tempo seco e a estiagem.
Somente no Acre, o mapa atualizado do Inpe mostra 6.412 focos detectados pelo satélite de referência no período de 01 de janeiro a 19 de setembro. Só em agosto foram 3.185 focos, sendo o sétimo número de queimadas entre os estados da Amazônia Legal que acumula 70.171 focos no mesmo período.
A população pode fazer denúncias pelos telefones 193 (Corpo de Bombeiros) e 190 (Polícia Militar) e 3228-5765 (Secretaria Municipal de Meio Ambiente – Semeia).