A Polícia Federal no Acre (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira, 28, a segunda fase da operação Sine Vox, deflagrada em maio deste ano, que investiga o vereador de Rio Branco Raimundo Neném (PSB) por compra de votos. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juiz Eleitoral da 1ª Zona Eleitoral da cidade de Rio Branco/AC.
Quatro pessoas ligadas ao parlamentar também são investigadas, suspeitas de serem as responsáveis por organizar o pagamento de votos a eleitores, bem como realizar o transporte ilegal de eleitores no dia das eleições. Somadas, as penas do crime de corrupção eleitoral, transporte irregular de eleitores e organização criminosa podem chegar a 18 anos de prisão.
Além de reprimir os crimes de corrupção eleitoral, a investigação também apura outros crimes como transporte ilegal de eleitores e falsidade ideológica eleitoral ocorridos nas eleições municipais 2020. Durante as investigações, a PF verificou indícios de formação de uma organização criminosa com a finalidade de cometer os referidos crimes, desta forma, o foco da ação é desvendar o núcleo administrativo da organização.
Em nota, Raimundo Neném destacou que não foi alvo de mandado de prisão e que cumpre a agenda política normalmente, participando, inclusive, da sessão ordinária, na Câmara Municipal de Rio Branco.
“Ademais, informo que respeito o trabalho a Polícia Federal e do Poder Judiciário, me mantendo à disposição das instituições para quaisquer esclarecimentos”, destacou o vereador.
Início das investigações
As investigações tiveram início em março de 2021 após chegar ao conhecimento da Polícia Federal a existência de mensagens, em um grupo de aplicativo de mensagens instantâneas, na qual um dos alvos afirmou que angariou o valor de R$ 50 por ter votado em determinado candidato a vereador nas eleições municipais. O alvo ainda frisou que, se soubesse que obteria aquele valor, teria avisado a todos os componentes do grupo.
Em 20 de maio de 2021, a PF chegou a cumprir quatro mandados de busca e apreensão, incluindo o gabinete de vereador e sua residência.
O nome da operação (SINE VOX), em tradução livre do latim para o português, significa “SEM VOZ”. Este nome foi escolhido pois quando uma pessoa vende o seu voto ela perde o direito de falar, ou seja, de exigir dos seus representantes eleitos melhorias para toda a sociedade.