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Gladson não assina carta em que governadores desmentem Bolsonaro sobre aumento do ICMS

Pelo menos 20 governadores de diversos partidos, incluindo alguns do mesmo campo político do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), assinaram uma nota, divulgada nesta segunda-feira (20), por meio da qual vieram a público desmentir que a alta do preço dos combustíveis deve-se ao ICMS nos estados. Embora no Acre a população padeça com os preços mais caros do país, o governador Gladson Cameli não assinou o documento.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS)  incidente sobre os combustíveis no Estado do Acre é o mesmo desde 2002 e mesmo assim, atualmente, o litro da gasolina chega ao valor de R$ 7 reais na bomba direto ao consumidor, em alguns municípios e, na capital, R$ 6,49, o litro. Já a botija de gás de 13 litros custa entre R$ 110 e R$ 115, em algumas revendedoras locais.

Sem citar o nome do presidente da República no texto, os governadores rebatem de forma veemente o que vem declarando Bolsonaro de que seriam eles os responsáveis pelos aumentos nos preços da gasolina, do diesel e do gás natural devido aos impostos estaduais, mais precisamente o ICMS. Ao longo dos últimos meses, com o aumento do preço dos combustíveis e com a pressão de setores como o dos caminhoneiros, Bolsonaro tem colocado a responsabilidade nos governadores e tem incentivado seus eleitores a pressionarem os chefes dos Executivos estaduais para solucionarem a questão.

Além de rebaterem as afirmações do presidente, os governadores culpam a Petrobras por seguidos reajustes nas bombas.

“Nos últimos 12 meses, o preço da gasolina registrou um aumento superior a 40%, embora nenhum Estado tenha aumentado o ICMS incidente sobre os combustíveis ao longo desse período. Essa é a maior prova de que se trata de um problema nacional, e, não somente, de uma unidade federativa. Falar a verdade é o primeiro passo para resolver o problema.”, dizem os governadores signatários da nota.

Atribui-se o elevado preço dos combustíveis à política da Petrobras de fazer reajustes com base nas oscilações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e na elevada taxa de câmbio.

Mesmo contactada pela reportagem, até o fechamento desta, a porta voz do governador Gladson Cameli não havia respondido o porquê de ele não ter assinado o documento, do qual são signatários os governadores de 19 estados e do Distrito Federal.

A Gazeta do Acre: