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Educação, ética, moral: pilares da vida humana

Educação, do latim educations, em sentido lato, significa todo o processo contínuo de formação e ensino aprendizagem que faz parte do currículo dos estabelecimentos oficializados de ensino, sejam eles públicos ou privados. No sentido técnico, a educação é o processo contínuo de desenvolvimento das faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano, a fim de melhor se integrar na sociedade ou no seu próprio grupo. Significa, pois, o meio em que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração seguinte.

Em sentido estrito, educação engloba os processos de ensinar e aprender. No centro de um sistema educativo deve situar-se o ser humano a educar, num horizonte de plenitude. A tarefa educativa consiste, na verdade, na capacidade de identificar e de acompanhar. Esse pensamento deve acompanhar o ser humano, mantendo nele a inquietação pelo amor e pelo saber, despertando-lhe o coração e pondo em marcha a sua razão e a sua liberdade. De acordo com a UNESCO[1] a educação também é exercida para além do ambiente formal das escolas e adentra em outras perspectivas caracterizadas como: educação não formal e educação informal. Educar não pode limitar-se a instruir, a transmitir informação, nem a transmitir competências; integra não só questões de autonomia, mas também problemas de autoridade, de tradição e de transmissão da cultura.

Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter, ao “bom costume”, “costume superior”, ou “portador de caráter“. Princípios universais, ações que acreditamos e não mudam independentemente do lugar onde estamos.  Respeitar todos os seres humanos, não exercer a violência e ajudar quem precisa são alguns exemplos dos princípios éticos mais comuns. Então, ética tem a ver com o “BOM”, é o conjunto de valores que aponta qual é a vida boa na concepção de um indivíduo ou de uma comunidade. Diferencia-se da moral, pois enquanto esta se fundamenta na obediência a costumes e hábitos recebidos, a ética, ao contrário, busca fundamentar as ações morais exclusivamente pela razão. A ética e a cidadania[2] são dois dos conceitos que constituem a base de uma sociedade próspera.

Moral é conjunto de normas do que é certo ou errado, proibido e permitido nas atitudes humanas dentro de uma determinada sociedade, uma cultura, e possui caráter normativo, determinando a obediência a costumes e hábitos recebidos. O conjunto de qualidades e defeitos da pessoa determinam sua conduta e moral. Seus valores e firmeza morais definem a coerência de suas ações. Logo, moral tem a ver com o “JUSTO”, é o conjunto de regras que fixam condições equitativas de convivência com respeito e liberdade.

A ética, construída por uma sociedade, com base nos valores históricos e culturais, é um conjunto de princípios morais que norteiam a conduta humana na sociedade. Embora não seja uma lei, a ética está relacionada com o sentimento de justiça social e, buscando fundamentar as ações morais exclusivamente pela razão, serve para que haja um equilíbrio entre pessoas, grupos e classes sociais.

No entanto, conviver com o “bom” e o “justo” é um conjunto de princípios, crenças, regras que orientam o comportamento dos indivíduos nas diversas sociedades, e podemos concluir que a moral (Justo) prevalece sobre a ética (Bom).

Porém, nos dias de hoje a moral na escola se apresenta através de regras, normas a serem cumpridas, expressas nos seus Regimentos, Planos de Estudos e Projetos Políticos Pedagógicos. Entretanto, a escola é o melhor caminho para se discutir questões de ética uma vez que o âmbito escolar está repleto de possibilidades que evidenciam a ética como necessária e capaz de permitir um relacionamento “bom” e “justo” entre os atores educacionais.

Além da moral e da ética o ser humano necessita ter caráter, qualidade inerente a uma pessoa desde seu nascimento, que reflete seu modo de ser no mundo. É o conjunto de características e traços particulares que caracterizam um indivíduo, e não sofre influência do meio. Uma pessoa “de caráter” é aquela com formação moral sólida e incontestável, enquanto a “sem caráter” é aquela desonesta, que não possui firmeza de princípios ou moral.

A honestidade é a qualidade de ser verdadeiro, não mentir, não fraudar ou enganar. É a honra, de uma pessoa ou instituição. O respeito e a obediência incondicional às regras morais existentes. Honesto é o que repudia a malandragem, a esperteza, aquele que é transparente e exige transparência dos outros.

É preciso incutir nos jovens esses valores educacionais, éticos e morais. Os jovens ocupam, hoje, um quarto da população do País. Isso significa 51,3 milhões de jovens de 15 a 29 anos vivendo, atualmente, no Brasil, sendo 84,8 % nas cidades e 15,2 % no campo. A pesquisa mostra que 53,5% dos jovens de 15 a 29 anos trabalham, 36% estudam e 22, 8% trabalham e estudam simultaneamente. Os dados são do Censo 2010, último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A educação, em todos os seus sentidos, forma e transforma vidas. A escola tem a importante e árdua tarefa de orientar os jovens, de guiá-los e ajudá-los a transformar seus sonhos em realidade, em projetos a serem realizados no decorrer de toda a sua vida, com serenidade e satisfação. Assim, tanto os educadores, os professores e os pais precisam entender o que ocorre entre o sentir e o aprender, a emoção e a imaginação, bem como compreender que é na escola que são construídas as crenças e os valores que definem a direção e que norteiam a vida do ser humano. É nesse contexto que é estimulada a vontade do aluno em descobrir o mundo, voar alto para poder ter uma visão ampla da realidade, aprofundar o conhecimento e se tornar livre nas próprias escolhas.

A formação do jovem é um direito e um fator estratégico da sua vida para poder ter os instrumentos essenciais para administrar as mudanças, realizar objetivos e viver na sociedade de forma autônoma e responsável. O desafio da escola é equilibrar as exigências de passar conteúdos, com a necessidade de estimular no aluno a capacidade de compreender e de interpretar a realidade. Nesse contexto, permanecem válidos os quatro pilares da educação:

– Aprender a conhecer, ter a cultura e o conhecimento de base para poder, progressivamente, adquirir mais conhecimentos;

– Aprender a fazer e transformar esse conhecimento em competências para a vida pessoal e profissional;

– Aprender a viver com as outras pessoas, fortalecer o respeito pela diversidade, cooperação e cidadania;

– Aprender a ser, ou seja, assumir as próprias responsabilidades para construir o futuro.

A escola, mesmo nas suas dificuldades, continua sendo o agente educador e social fundamental da nossa vida. Ela é a ponte entre o patrimônio cultural e a construção do futuro, entre a relação com o passado, nossa história e a experiência atual. Por isso a escola deve ser um ambiente agradável, atrativo para os jovens. O Brasil deveria transformar as escolas no melhor espaço para os estudantes, atraí-los para os ensinamentos do bem, incentivá-los, muito, na construção de vida e de um país sempre promissor.

Por outro lado, a escola não necessariamente conseguirá responder todas as questões quando se trata de ética (justo), nem deverá se considerar fracassada por não conseguir atingir tal objetivo. Para isso, tem-se a ajuda dos PCN’s, que oferecem uma referência entre a ética e a moral, tendo a intenção de salientar o caráter crítico da reflexão, que permite analisá-los sempre que necessário.

Diz-se, então, que entre a ética (bom) e a moral (justo) não se pode deixar de lado diálogo, posto ser ele uma prática possível e viável para a solução dos problemas escolares. Será pelo diálogo que a escola aprenderá, no dia a dia, a trabalhar com as diferenças, onde todos os sujeitos são possuidores de direitos e deveres, sentenciando, quem sabe, o fim das desigualdades. Ademais, todas as pessoas devem conquistar educação, ética e moral para uma vida harmônica  e feliz. E isso independe da classe social, pertence ao campo individual da vontade de cada pessoa.

Para concluir, por agora, dizemos que falar de futuro nunca foi simples, porém, quando falamos em educação, devemos ter como ponto de partida e alicerce a confiança no futuro e, generosamente, transmitir para as novas gerações a paixão e a força para construir o amanhã e transformar sonhos em vida plena e feliz.

DICAS DE GRAMÁTICA

 

Uso de “EM FACE DE” ou “FACE A”, professora?

Em língua Portuguesa não existe a expressão “FACE A”. É permitido utilizar a expressão EM FACE A. Exemplo: “Em face do aumento do dólar, não vou viajar para o exterior”.

Como usar “MAU” ou “MAL”?

Assim:

MAU é o oposto de “bom”, como no exemplo: “Eu sou mau. Vou para o inferno”

MAL é o oposto de “bem”, como no exemplo: “Ele fala muito mal

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Luísa Galvão Lessa Karlberg — É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montreal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Presidente da Academia Acreana de Letras; Coordenadora da Pós-Graduação Campus Floresta; Membro da Academia Brasileira de Filologia; Membro vitalício da  International Writers and Artists Association, IWA; Professora aposentada da UFAC;  Embaixadora da Poesia pela Casa Casimiro de Abreu; Pesquisadora DCR – CNPq/FAPAC; Poeta, Escritora.

 

[1] Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

[2] Cidadania é a prática dos direitos e deveres de um(a) indivíduo (pessoa) em um Estado. Os direitos e deveres de um cidadão devem andar sempre juntos, uma vez que o direito de um cidadão implica necessariamente numa obrigação de outro cidadão. Conjunto de direitos, meios, recursos e práticas que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de um povo.

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