Olá, como estamos? Tudo bem?
Na semana passada, na coluna Devaneios, abordamos o tema relacionado à campanha do Setembro Amarelo, no combate à depressão, e falamos sobre uma consequência nefasta, que é o suicídio.
Esta que vos fala é muito interessada em tudo que diz respeito ao ser humano e suas complexidades, não porque seja uma pessoa pessimista, mas porque sou uma dessas pessoas que acreditam no amor, na paz e, principalmente, na vida. Preciso esperançar todos os dias de minha vida.
Não é à toa que tudo que remete para a negação, a subordinação, a idolatria não me convence, ao passo que tudo que diz respeito à reflexão, ao diálogo e, principalmente, à autonomia da consciência me tira de um lugar comum, cotidiano da práxis diária da vida.
Então, por mais que tenha convicções estabelecidas sobre as incompetências de algumas políticas públicas e sua eficácia, considero e revejo essas que falam do mês dedicado a uma causa, com a cor definida, para lembrar de incômodos, problemas e preocupação social iminente. Esse papel psicoeducativo tem a sua validade e o meu respeito, porém o meu apelo é para que seja um convite claro de demandas que necessitamos olhar o ano inteiro. Temos que nos tornar verdadeiros ativistas das causas, inclusive, no nosso próprio meio de atuação social, pois, muitas vezes, o pouco que fazemos é quase sempre o muito para tantos.
Após refletir bastante sobre todas essas iniciativas, chego num consultório médico e vejo todos vestidos de rosa, homens, mulheres, médicos, secretárias e equipe, com o broche com o laço rosa, fazendo referência a uma iniciativa que começou em 1990, nos Estados Unidos, quando o laço cor de rosa foi lançado numa corrida realizada em Nova York, pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, e distribuídos para os participantes na Corrida pela Cura. Essa iniciativa, desde então, ocorre todos os anos, e fiquei pensando o quanto de terapêutico, educativo, o “marketing” consciente nos faz compreender, facilmente, que trata-se do mês de “Outubro Rosa”.
Importante mencionar que se trata de um movimento internacional de conscientização de uma das doenças que mais matam mulheres, o câncer de mama, e que, com a prevenção regular, com exames periódicos e o autoexame, poderíamos facilmente reduzir esses percentuais. Sim, questiono a nossa educação/formação, em geral, justamente por não nos ensinarem a autonomia e a verdade de que somos responsáveis imediatos de nós mesmos e, que ainda não nos colocamos numa posição de autocuidado.
O autocuidado, por exemplo, para uma doença como essa é de suma importância. Prevenir, sim, é melhor do que remediar, como bem diziam nossas amadas vovozinhas.
Não posso…não vou conseguir terminar essas breves palavras sem de novo “bater nessa tecla”: precisamos conscientizar também para a autoestima, autoamor, autocuidado, autorresponsabilidade, rumo à consciência de si para si e para o todo.
Afinal, é preciso saber viver como dizia a música do Titãs: “Quem espera que a vida. Seja feita de ilusão. Pode até ser maluco. Ou morrer na solidão. É preciso ter cuidado. Pra mais tarde não sofrer. É preciso saber viver…”