Ao lavar os cabelos e penteá-los é comum ver alguns fios caindo. No entanto, quando esse volume é maior que o habitual e observam-se outros sintomas, como falhas no couro cabelo, por exemplo, é preciso ficar atenta: a queda capilar pode ser sinal de doença.
Alopecia aerata ou androgenética são os nomes dados a essas condições dermatológicas, nas quais o cabelo passa a cair em excesso. A doença não tem cura, mas pode ser tratada. Quando diagnosticada precocemente por um especialista, é possível controlar os danos. Conheça seus tipos e veja como identificar e tratar:
Alopecia aerata
Classificada como uma doença autoimune, a alopecia aerata não é curável e se manifesta através da perda de fios — com quantidade relativa para cada paciente. A queda resulta em áreas arredondadas, únicas ou múltiplas, sem cabelos.
Segundo Fabiane Andrade Mulinari Brenner, coordenadora do departamento de cabelos e unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o estresse e as crises emocionais estão entre os prováveis agravantes da patologia, que também costuma ocorrer devido a traumas físicos e quadros infecciosos.
“O paciente também deve ficar atento, pois outras doenças autoimunes podem se manifestar, como vitiligo, problemas da tireoide e lúpus eritematoso. Por isso, muitas vezes são feitos exames de sangue”, destaca a dermatologista.
Sobre o tratamento, Fabiane conta que existem algumas opções disponíveis, como tópico, sistêmico e infiltração, mas enfatiza que o processo é longo. “Os métodos visam controlar a doença, reduzir as falhas e evitar que novas surjam. Porém, o procedimento escolhido vai depender da avaliação do especialista em conjunto com o paciente”, frisa.
Alopecia androgenética
Como o próprio nome já diz, essa variação da alopécia é genética e também não tem cura. Nesse caso, porém, há chances de interromper o processo de queda e algumas técnicas conseguem recuperar parte dos fios. Outra maneira de lidar com os danos, segundo Fabiane, é recorrendo aos transplantes capilares.
“Essa condição surge em diversas idades. Na adolescência, por exemplo, pode ser potencializada pelo estímulo dos hormônios androgênios. Na menopausa, existe o risco de se tornar mais evidente. Com isso em mente, vale destacar a importância do diagnóstico precoce”, explica a tricologista Ana Cristina Trench.
De acordo com a especialista, se um afinamento ou queda dos fios forem notados, independentemente da idade, é fundamental buscar ajuda profissional para checar a necessidade de realizar exames como a tricoscopia, capaz de identificar ainda se a causa da alopecia é ou não genética.
“Em geral, o tratamento é feito com o uso de anticoncepcionais, terapia antiandrogênica e loções tópicas. Além disso, o médico pode recomendar a microinfusão de medicamentos, através de microagulhas, e procedimentos a laser”, detalha Ana.
De olho no emocional
As especialistas destacam que a queda capilar costuma causar um grande impacto na saúde emocional, mexendo com a autoimagem e autoestima do paciente. Por isso, além dos métodos dermatológicos, buscar o apoio de uma psicoterapia é aconselhável. O psicólogo atuará tanto nas questões emocionais por trás da doença, quanto em seus efeitos.
Fonte: Fabiane Andrade Mulinari Brenner, médica dermatologista e coordenadora do departamento de cabelos e unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), e Ana Cristina Trench, médica dermatologista, especialista em tricologia, cosmiatria e harmonização facial e membro da Doctoralia.