Se meu cliente tivesse ido para cadeia, hoje ele estaria morto em razão de uma falsa acusação de estupro. Para mim não há maior recompensa do que isso, afirma à reportagem o advogado Claudio Gastão da Rosa Filho, sobre a decisão por unanimidade do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) de manter a absolvição de André de Camargo Aranha, 44, acusado de estupro de vulnerável pela promotora de eventos Mariana Ferrer, 25.
Rosa Filho celebrou a decisão “extremamente técnica” dos desembargadores que analisaram nesta quinta (7) o recurso de revisão de sentença pedido por Ferrer. “Não tinha como pensar em um caminho divrerso ao da manutenção da absolvição por conta das provas periciais, testemunhais, das filmagens que demonstram que o estado de vulnerabilidade nunca existiu. E principalmente pelas versões contraditórias [do ocorrido] apresentadas pela promotora de eventos Mariana Ferreira em diversas oportunidades”, diz.
O advogado diz que sua família sofreu ameaças ao longo do último ano, após trechos da audiência virtual que absolveu Aranha terem sido revelados pelo site The Intercept Brasil no ano passado. Nas imagens, ele aparece dizendo a Ferrer que “jamais teria uma filha” do “nível” da jovem. E quando a jovem chora, diz: “Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lágrima de crocodilo.
“Fotos de minha filhas foram colocadas em perfis falsos com a legenda de que elas deveriam ser estupradas, entraram no Instagram delas, meninas de 10 e 12 anos”, diz. “Nunca tive dúvidas de que tudo passaria e a verdade viria à tona.”
Rosa Filho acusa Mariana Ferrer e a equipe dela de fazerem uma campanha de desinformação sobre o caso. “Há milhões de mulheres, em situação de vulnerabilidade, sendo violentadas todos os dias. Todas elas foram prejudicadas quando alguém como a Mariana adotou essa causa tão séria em busca de fama ou dinheiro. Entendo, claro, como legítima a manifestação das mulheres quando surgem denúncias desse tipo, mas a mentira nunca pode prevalecer, afirma.
Em março, a Câmara aprovou o Projeto de Lei Mariana Ferrer, que pune ofensa à vítima durante um julgamento, e, na semana passada, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) abriu processo para investigar a conduta do juiz Rudson Marcos na audiência.