Para todos aqueles que utilizam o celular durante o trabalho, o dia de hoje foi marcado por desencontros e falhas de comunicação. Desde o início da tarde, usuários dos aplicativos WhatsApp, Facebook e Instagram relataram queda dos serviços. No mundo real, essa queda também foi sentida por Mark Zuckerberg, CEO e fundador da companhia por trás das três plataformas: em 24 horas, ele viu sua fortuna encolher US$ 6 bilhões.
Após o fechamento das bolsas de valores mundiais, Zuckerberg perdeu uma posição no ranking de bilionários do mundo da Forbes, passando a ocupar o 6° lugar na lista, com US$ 116,8 bilhões.
As instabilidades no funcionamento dos aplicativos não foram o único problema do fundador do Facebook. Declarações de uma ex-funcionária da empresa também afetaram a confiança na empresa e contribuíram para a queda de 3,96% de seus papéis.
Frances Haugen, uma ex-gerente de produtos, foi contratada para criar ferramentas que impedissem que o Facebook fosse usado por usuários para manipular movimentos políticos e interferir nas eleições dos Estados Unidos, como havia ocorrido em outras ocasiões. Ela afirmou em entrevista ao The Wall Street Journal que ficou “frustrada com a falta de transparência da empresa sobre o potencial de suas plataformas de causar danos e a falta de vontade de resolver essas falhas”.
A ex-funcionária de Zuckerberg deve testemunhar amanhã (5) no Congresso dos EUA. Antes de vir a público, ela havia denunciado as práticas da empresa de forma anônima, sob a proteção jurídica da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), segundo o jornal norte-americano.
Haugen deixou o Facebook em maio, após trabalhar quase dois anos ali. Ela afirmou que entrou no cargo com esperanças de ajudar a rede social a consertar seus pontos fracos. Porém, sua equipe tinha poucos recursos, e ela sentiu que a empresa colocava o crescimento e engajamento do usuário à frente dos efeitos nocivos de suas plataformas, que foram identificados em pesquisas feitas pela própria rede social.
Na última semana, a fortuna de Zuckerberg havia aumentado em US$ 4,6 bilhões, acompanhando a alta dos papéis do Facebook e de outras empresas de tecnologia – um movimento de correção do mercado também contribuiu para o fechamento negativo desta segunda.