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Apa Lago do Amapá é refúgio na natureza em plena capital acreana

Quem disse que é preciso sair da própria cidade para viajar? Em tempos de pandemia, o turismo interno passou a ser visto com outros olhos e quem busca refúgio dos tempos difíceis, em Rio Branco, pode encontrar, a apenas 20 minutos do Centro, um paraíso verde que convida os riobranquenses a desbravarem sua floresta para contemplarem a beleza surreal da natureza ali presente: a Área de Proteção Ambiental (APA) Lago do Amapá, que voltou a receber visitantes há cerca de três meses.

A área é rica em biodiversidade e, há 16 anos, é referência na conservação ecológica. São 5.208 hectares de extensão prontos para receberem os visitantes, tanto para trilhas de caminhada, bicicleta ou motocicleta, quanto para piqueniques e o tão almejado banho de rio, considerando o intenso calor que tem feito no Acre, nas últimas semanas.

Por iniciativa da criadora da página @destinoacre no instagram, Thalita Figueiredo, dos guias de turismo Mack Willison e Tássio Furia, com aval da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), a APA Lago do Amapá tem sido ponto de encontro de pessoas de todas as idades para os domingos cheios de aventura, em uma trilha de quase 5 quilômetros, que, apesar de assustar quem não tem o hábito de fazer qualquer esporte, vale frisar, é de nível fácil.

“Em 2017 e 2018, a gente já estava vindo para cá pra conhecer espaços de trilhas perto de Rio Branco e, em outras localidades no Estado, e neste pós-pandemia, conversamos com a Sema e com os moradores da área e perguntamos se poderíamos reabrir a trilha, que estamos fazendo desde julho, e todos os domingos as pessoas estão vindo pra cá para se divertir e relaxar um pouco, em plena natureza, mas pertinho da cidade”, destaca Thalita Figueiredo.

A reportagem do site A Gazeta do Acre participou de uma dessas aventuras e destacamos aqui todos 10 motivos pelos quais você precisa visitar essa área.

1. Perto da cidade

Posto Piracema é o ponto de encontro para início da aventura (Foto: Cedida)

Devido a pandemia de covid-19, o grupo de visitação é restrito a, no máximo, 12 pessoas por vez. O ponto de encontro da turma é no posto Piracema, localizado na Estrada da Floresta (rotatória do antigo Resort Hotel), sentido quarta ponte.

De lá, o grupo vai até a entrada da trilha, percorrendo a estrada do Amapá (pela Via Verde) e depois, o ramal com cerca de 4km de terra batida. Lá, chega o momento dos informes iniciais, as orientações de segurança e, claro, o lanche, para garantir que todos passem bem durante o percurso.

– Tudo é feito pela equipe com muito carinho para garantir uma boa passagem de todos os visitantes Foto: A Gazeta do Acre

2. Integração homem-floresta

O senhor Cosmo Freitas recepciona grupo de visitantes (Foto: A Gazeta do Acre)

“Esse espaço não é meu, é de todos vocês. Venham sempre, e sejam muito bem vindos!”. É assim que o senhor Cosmo Freitas morador da APA Lago do Amapá recepciona o grupo. Ele representa apenas uma das quase 200 famílias que vivem no local em comunhão com o meio ambiente.

A experiência no local também inclui entender como, ainda hoje, os moradores da região conseguem viver em harmonia com a natureza, por isso, esse é sem dúvida um dos principaos motivos para visitar o local e, por que não dizer, voltar às nossas origens.

“Pra mim é o maior prazer estrarem aqui visitando e filmando a minha área. Quem quiser conhecr a boca do riozinho aqui, a casa do Cosmo está às ordens”, ressalta o senhor Cosmo.

3. Oportunidade de relembrar a história do Acre

Tássio Furia é guia de turismo. Além da trilhas, oferece também cicloturismo, escalada em árvores e outras atividades (Foto: A Gazeta do Acre)

Que a Apa Lago do Amapá é um espaço único de contato com a natureza as pessoas já sabem, mas o que muitos não se atentam é que a área já foi senrigal, e esse é mais um motivo para visitar a área.

“Além de proporcionar o lazer nessas atividades ao ar livre, a gente também busca esse resgate histórico pra que a gente não esqueça que povo nós somos, de onde viemos, da mata, da beira de um rio, e ao longo do tempo isso tende a se perder, por conta do desconhecimento geral das pessoas. Por isso, a gente busca resgatar um pouco essa história”, reforça o guia turístico Tássio Fúria.

4. Tempo de qualidade com família e amigos

(Foto: A Gazeta do Acre)

Por se tratar de um passeio curto, mas perto da natureza, é uma ótima opção para fazer aquele detox de redes sociais. Na APA Lago do Amapá o sinal de telefonia móvel só pega quando a trilha já está quase chegando ao fim, mas com uma sinal muito fraco. Por isso, o passeio ainda é uma ótima opção como atividade para reforçar os laços familiares e de amizade, sem nenhuma interferência.

5. Conhecimento da fauna e flora local

Mack Willison mostra folha utilizada na culinária indígena para dar sabor a peixes e outros ingredientes (Foto: A Gazeta do Acre)

Conforme a trilha vai evoluindo, o clima do passeio muda. Aos poucos, o ar que antes era quente, se mistura com o frescor da floresta fechada. A cada passo, novas descobertas e os visitantes são incapazes de sairem os mesmos.

O guia de turismo Mack Willison aproveita cada oportunidade para dar orientações de sobrevivência, como por exemplo, a forma correta de fazer fogo, caso necessário. A trilha, segundo ele, é de cunho interpretativo.

“Essa triha é do tipo interpretativa, quer dizer nós fazemos a trilha interpretando o ambiente, a ecologia local, identificando algumas espécies chaves que fazem partedo bioma amazônico. Além disso, a gente conta um pouco da história do Acre, porque aqui foi um seringal. Bem próximo de onde estamos agora foi emboscado o coronel Plácido de Castro, nosso revolucionário, e a gente entra no mérito desse contexto histórico”, conta.

6. Banho de rio

Com o Acre batendo recordes de calor, que tal um banho de rio pra se refrescar? Após a trilha, muitos visitante costumam ir até o rio para se refrescar do intenso calor. Mas se você não quiser mergulhar, somente a vista do rio Acre já é de tirar o fôlego e vale a visita.

7. Renovar as energias junto à natureza

Beatriz já planeja nova visita à Apa Lago do Amapá (Foto: A Gazeta do Acre)

Beatriz Oliveira, 24 anos fez sua primeira trilha na APA Lago do Amapá. Para ela, foi um momento de recarregar as energias, por isso, mesmo antes de concluir o passeio ela já planejava voltar com a família e amigos.

“Fiquei bem curiosa, porque apesar de eu morar aqui desde que eu nasci, nunca tinha tido essa experiência de conhecer a floresta, a natureza, em Rio Branco e valorizar, de fato (…) a gente precisa mais sair da nossa zona de conforto, tirar um tempo e aproveitar mais tempo com a natureza, porque recarrega nossas energias”, relatou Beatriz, que já planeja refazer o passeio com familiares e amigos.

8. Não requer preparo prévio

(Foto: Mark Gouveia/Acervo pessoal)

Qualquer pessoa com disposição para conhecer a Apa Lago do Amapá pode fazer a trilha. Basta ir com blusa de manga, máscara, tênis ou bota trekking, garrafa de água, álcool em gel, boté ou chapéu, protetor solar, roupas de banho, medicamentos (se usar) e pronto. O passeio e a diversão estão garantidos.

9. Paisagens de tirar o fôlego

(Foto: Mark Gouveia/Acervo pessoal)

Na era das redes sociais, nada mais justo que registrar o passeio incrível. Nós garantimos que você vai amar cada detalhe da paisagem e vai ter fotos incríveis para compartilhar com os amigos e incentivar cada vez mais o contato da população com seu próprio patrimônio natural.

10. Mais barato que uma pizza

Para participar da trilha é preciso pagar uma taxa simbólica no valor de R$35 (preço referente a setembro de 2021). Outras informações, podem ser obtidas pelo instagram ou, em último caso, por meio do telefone (68) 99203-0358.

(Foto: A Gazeta do Acre)
Tássio Furia é guia e, além da trilhas, oferece também cicloturismo, escalada em árvores e outras atividades (Foto: A Gazeta do Acre)
(Foto: A Gazeta do Acre)
Pau de alho é arvore que pode ser encontrada na Apa Lago do Amapá. Casca da árvore é usada como condimento pelos povos indígenas (Foto: A Gazeta do Acre)
(Foto: A Gazeta do Acre)
Mack Willison mostra folha utilizada na culinária indígena para dar sabor a peixes e outros ingredientes (Foto: A Gazeta do Acre)
A trilha é feita em formato de "C", percorrendo 4,5 quilômetros (Foto: A Gazeta do Acre)
(Foto: A Gazeta do Acre)
(Foto: A Gazeta do Acre)
Vegetação utilizada na criação de fogo (Foto: A Gazeta do Acre)
Experiência também é sensorial com a troca de energia com a natureza (Foto: A Gazeta do Acre)
Grupo abraça uma samaúma (Foto: A Gazeta do Acre)
(Foto: A Gazeta do Acre)
Cosmo é morador da área e dá as boas vindas ao grupo de visitantes(Foto: A Gazeta do Acre)
(Foto: Thalita Figueiredo/Acervo pessoal)
Guia Mack Willison mostra os frutos da floresta (Foto: Mark Gouveia/Acervo pessoal)
(Foto: Mark Gouveia/Acervo pessoal)
(Foto: Mark Gouveia/Acervo pessoal)
(Foto: Mark Gouveia/Acervo pessoal)
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Agnes Cavalcante: