“As escolas estão pedindo açúcar emprestado na taberna do bairro”, disse o deputado estadual Edvaldo Magalhães (PC do B), na sessão desta quarta-feira, 6, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), sobre a falta de merenda nas escolas das rede estadual de ensino. Segundo avalia ele, o retorno às aulas nas escolas públicas se dá em cenário caótico.
“Aonde tem merenda, estão servindo bolacha com ki-suco. O governo anunciou um programa que deixaria todos os alunos bem alimentados, mas não tem merenda. Não conseguiram contratar e entregar merenda para iniciar o ano letivo.”, disse o deputado mencionando também que faltam profissionais, entre professores e pessoal de apoio e atribui a situação à falta de organização da Secretaria de Estado de Educação (SEE).
O deputado estadual Daniel Zen (PT) também criticou a situação do retorno às aulas nas escolas públicas do estado. “São problemas que vão desde a falta de alimentos para elaboração e preparo da merenda escolar, da falta de professores e servidores não-docentes para preencher o quadro de lotação das escolas, da falta de contratos para o transporte escolar, sobretudo nas escolas ribeirinhas, não há barcos e nem barqueiros, não há motoristas suficientes para a novíssima frota de dezenas de ônibus escolares adquiridos com recursos do FNDE [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação] e tampouco há motoristas que foram entregues para contribuir com a logística de distribuição da merenda, ou seja, problemas que vão de ‘a’ a ‘z'”, pontuou, acrescentando que a maioria as escolas não teve condições de retornar na data assinalada pela SEE.
Em contraponto às críticas, o líder do governo na Aleac, deputado Pedro Longo, justificou que houve atrasos nas licitações e que os problemas eram esperados. “Nós não estamos aqui para esconder as situações. Nunca dissemos que seria fácil o retorno as aulas, depois de um ano e sete meses de uma situação muito difícil, mas as coisas tem acontecido e os processos de licitação não são automatizados.”, ponderou.
Ainda de acordo com Longo, a previsão é de que, até o dia 18, a maioria da escolas tenham retornado. “É um retorno diferenciado. Não estava programado que todas as escolas retornassem ao mesmo tempo e algumas terão seu próprio cronograma. Mas, 287 escolas já retornaram às aulas, tanto urbanas, rurais e indígenas e logo todas retornarão em condições seguras, que é o mais importante.”, destacou.
Sobre a falta de pessoal, o líder do governo disse que estão sendo contratados mais de 1700 professores e que mais de 5 mil já inscritos no programa Escola Conectada para aquisição de notebooks. “Houve aquisição de ônibus e falta motorista porque ainda está sendo licitada a contratação.”, completou.