As eleições para definir a nova diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Acre (OAB/AC) pelo próximo triênio se aproximam, e o advogado Rodrigo Aiache, líder do movimento “Sua Voz, Nossa Ordem”, e pré-candidato à presidência da OAB/AC, concedeu uma entrevista aos jornalistas Brenna Amâncio e Tiago Martinello, no Jornal Gazeta 93, da Rádio Gazeta FM, para falar sobre as diretrizes que o grupo deseja ver no futuro da instituição. As eleições ocorrerão no dia 19 de novembro e as inscrições das chapas serão finalizadas na quarta-feira, 20. Nesta terça-feira, 19, o outro pré-candidato na disputa, advogado Erick Venâncio, será o entrevistado do programa.
Rodrigo, que já foi diretor da Escola Superior da Advocacia (ESA) e presidente da Caixa de Assistência dos Advogados (CAAAC), afirma que acredita que a OAB/AC, mais do que uma entidade representativa dos advogados e advogadas, é referência na luta pela defesa do estado democrático de Direito, pela cidadania, pela constituição, pelos direitos sociais e humanos e tem um papel social muito importante.
Os apoiadores do movimento “Sua Voz, Nossa Ordem” entenderam que o advogado seria um nome importante na disputa contra o atual grupo que comanda a OAB, e ele prontamente aceitou o desafio. “O retorno tem sido muito positivo, as pessoas têm nos incentivado, abraçado a causa e aderido ao movimento de maneira totalmente espontânea e desprendida, sem pedir nada em troca. Isso demonstra, ao meu ver, que estamos no caminho certo. Estamos conseguindo dialogar com a advocacia, conversamos com mais de 800 colegas”, disse.
O movimento “Sua Voz, Nossa Ordem”
Aiache explica que o movimento nasceu espontaneamente, “a partir da indignação e insatisfação de diversos colegas”, que, segundo ele, não veem a OAB/AC como uma entidade que os representa. O advogado defende que a Ordem deveria fazer mais pela classe, e disse que esse sentimento está na grande maioria dos advogados acreanos. Observando isso, relata ele, os representantes passaram a dialogar com a classe, visitando diversos municípios do Estado. “Nós pudemos olhar no olho de cada colega e constatar a insatisfação que cada um deles tinha. O sentimento é o de não pertencimento. Há um abismo entre a instituição e a advocacia real”, apontou o pré-candidato.
“Em 2018, entendi que não podia mais caminhar ao lado das pessoas que estão hoje na presidência da Ordem, por divergências de opinião acerca de como a instituição deveria ser conduzida. Nós decidimos aceitar esse desafio pois sabemos que temos condições de assumir esse encargo. Há 10 anos, não há disputa nas eleições da OAB Acre, então creio que já estamos fazendo história, e podemos ir muito além”, acrescentou o líder do movimento.
Dificuldades que a advocacia acreana enfrenta
Segundo Rodrigo, os problemas são inúmeros, que vão desde a falta de representatividade dos advogados, que não são tratados de forma igualitária, à falta de pagamento de honorários: há muitos advogados dativos que têm demorado até dois anos para recebê-los. Para ele, esse é um problema que deve ser discutido, e a OAB tem se omitido em relação a esse ponto.
“Outra questão é que há inúmeros advogados que são previdenciaristas e recebem os valores através de um documento chamado requisição de pequeno valor. Em alguns casos, a Justiça Federal tem demorado até dois anos para expedi-lo. Além disso, há diversas outras questões que serão debatidas ao longo da campanha”, explicou Aiache.
O advogado critica que a OAB passou a cuidar mais da advocacia de elite: “a OAB deve ser uma facilitadora da vida do advogado, o que não tem ocorrido. Talvez, essa tenha sido sua maior falha nos últimos 3 anos, ter deixado de dialogar e olhar no olho de cada advogado e perguntar o que podem fazer por eles”, disse.
Expectativas para as eleições
O pré-candidato afirma defender “eleições limpas, sem ataques, adjetivações e fake news” que possam manchar a imagem da advocacia. “Tenho certeza que nossos oponentes querem o bem da advocacia, e todos nós estamos lutando por isso. Acredito que temos que qualificar o debate, sendo feito sempre no campo das ideias e propostas, pois as eleições passam, mas a vida continua. Vamos nos encontrar nos fóruns e nas audiências e não deixaremos de ser colegas”.
“Se conseguirmos construir uma classe que reflita antes de votar e antes de aderir a qualquer um dos movimentos, já nos daremos por satisfeitos e conseguiremos revolucionar a advocacia acreana. Agradeço a todos que aderiram ao movimento, estou extremamente feliz com essa caminhada e acredito que com todas as conversas podemos conseguir o melhor para a advocacia acreana, independente do resultado”, finalizou Aiache.
Ouça a entrevista na íntegra:
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