À frente do Ministério Público do Acre (MPAC) por duas gestões consecutivas, no cargo de procuradora-chefe, Kátia Rejane de Araújo, sucessora do também procurador de Justiça Oswaldo D´Albuquerque Lima, concluirá mais um biênio, em dezembro, e passará o cargo a um novo membro da instituição, que deverá ser escolhido pelo governador Gladson Cameli, dentre os mais votados em processo eleitoral interno, em andamento, que definirá a lista tríplice. As eleições estão marcadas para o próximo dia 26 de novembro.
Bem quista pelos pares, Kátia Rejane esteve à frente do MPAC, neste momento desafiador da pandemia do coronavírus, e foi destaque pela boa relação que o órgão manteve com o Poder Executivo, o que garantiu o sucesso de uma força-tarefa que concretizou ações nos 22 municípios do Estado.
Em entrevista ao site A Gazeta do Acre, a atual procuradora-chefe fez um balanço dos seus anos de mandato, reconheceu avanços, e também o desejo de permanecer no cargo, caso o regimento da instituição permitisse, para concluir trabalhos que tiveram limitações impostas pela pandemia.
Sobre a sucessão, ela não apontou o nome de quem teria a sua preferência na disputa, mas declarou que espera ser sucedida por alguém que dê continuidade ao trabalho desenvolvido pela sua gestão e do grupo do qual faz parte, que inclui as gestões passadas do Dr. Sammy Barbosa Lopes, da Dra. Patrícia Rêgo e do Dr. Oswaldo D’Albuquerque.
Confira a entrevista:
Como a senhora avalia sua gestão frente ao MPAC?
Fizemos uma gestão pautada nos interesses da sociedade. Avançamos muito naquilo que precisava ser avançado, como no combate ao crime organizado, na modernização interna para garantir mais eficiência no serviço prestado a sociedade, cuidamos das pessoas e do patrimônio, contratando novos membros, servidores e estagiários e já lançando novo edital para a carreira de membro. Fizemos muitas movimentações na carreira titularizando membros para o interior do estado. E em meio aos desafios impostos pela pandemia, o MPAC montou uma grande força-tarefa com atuação nos 22 municípios do estado e esteve lado a lado do poder público orientando medidas ações.
A senhora está concluindo seu segundo mandato e por força do regimento do MPAC não pode mais concorrer neste pleito. Se pudesse, a senhora disputaria novamente o cargo de procuradora-chefe, por quê?
Sim. Com certeza disputaria. Porque há muitas coisas que eu gostaria de fazer ainda pela nossa instituição e pelo cidadão que necessita dos serviços do Ministério Público, além de concluir algumas ações que em razão das limitações impostas pela pandemia, serão concluídas mais adiante. Mas, tenho muita fé de que o próximo gestor irá fazer isso com toda primazia e compromisso que a sociedade e essa instituição merecem.
Na pandemia, qual o maior desafio da atuação do MPAC?
Nosso maior desafio foi a corrida pelo oxigênio e socorrer a população durante os “quatro eixos” da crise: pandemia, surto de dengue, alagação e crime migratória na fronteira com o Peru. Lançamos de imediato a campanha SOS Acre que teve repercussão nacional e internacional garantindo a arrecadação de mais de R$ 1 milhão para atender a população afetada. Através da campanha conseguimos adquirir oxigênio para o estado naquela fase crítica que os estados enfrentavam a falta de oxigênio. Enfrentamos muitos e enorme desafios, mas conseguimos fazer a nossa parte e auxiliar a população naquele momento crítico.
A senhora acredita que o MPAC é acessível á sociedade?
Sim. O cidadão é o cliente prioritário do Ministério Público. Toda as ações e projetos que aqui pensamos são voltados para ele. E nos últimos 04 anos avançamos ao máximo para facilitar o acesso do cidadão aos nossos serviços.
Quem a senhora apoia para lhe suceder na chefia do MPAC?
Tem todo o meu apoio o gestor que pense um Ministério Público colocando os interesses da sociedade sempre em primeiro lugar. Que defenda a nossa autonomia, a independência funcional e todos os avanços que conquistamos desde 1988. Porque a nossa instituição e, principalmente, a sociedade merecem gestores comprometidos em dar o seu melhor na condução desse trabalho.
Quais os principais desafios que ficam para o próximo procurador chefe do MPAC?
O desafio de dar continuidade ao projeto iniciado em nossa gestão, assim como nas gestões passadas como a do Dr. Sammy Barbosa Lopes, da Dra. Patrícia Rêgo, do Dr. Oswaldo D’Albuquerque. E, claro, avançar em novas iniciativas que beneficiem a sociedade. Porque o tempo todo as coisas mudam e novos desafios vão surgindo. O MP precisa estar preparado e pronto para viver as mudanças e desafios ao seu tempo e se preparar para servir as gestões futuras desse estado.