O cultivo da banana no Acre, uma das frutas mais consumidas em todo o Estado, é fonte de trabalho e renda para milhares de famílias. Nos mercados públicos, supermercados, feiras livres e na Central de Abastecimento de Rio Branco (Ceasa), diferentes espécies são vendidas todos os dias.<
Saindo do período de safra e entrando na entressafra, que compreende o inverno amazônico, o preço da banana aumenta, consideravelmente, chegando a dobrar de valor.
“Já está faltando banana nas bancas, e não falta, aumenta o preço. Antes, vendia cinco bananas-da-terra, a comprida, por R$ 5. Agora, vendo três pelo mesmo valor. A tendência é que aumente o preço, nos próximos dias, chegado a custar R$ 2 uma banana. A banana prata está saindo a R$ 3 e R$ 5, e vai aumentar mais o preço. A caixa do fruto estava R$ 30, hoje não sai por menos de R$ 60”, comentou Lenilda da Silva Martins, comerciante no Mercado Elias Mansour.
O autônomo Raimundo de Jesus, se surpreendeu com o preço da fruta. “Onde vamos parar? Comprava a banana por menos da metade do valor que compro agora. Aliás, o preço de tudo está os ‘olhos da cara’, não existe mais nada barato. Tá difícil de sobreviver, principalmente para os mais pobres”, desabafou.
Seu José Gurguel, de 80 anos, que trabalha há 35 anos no Elias Mansour, disse que compra de outros comerciantes e fatura pouquíssimo em cada palma. “Não faturo quase nada. Na entressafra, é pior ainda. Na safra, mesmo com o preço mais em conta dá para lucrar mais, pois vendo uma quantidade maior. Com o aumento no preço da fruta, não estou lucrando quase nada. Complicado! Sou idoso e se tivesse pelo menos minha aposentadoria estava menos preocupado”.
Produção
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2017, o Acre produziu 102.949 toneladas de frutos. No Estado, os principais produtores são de Acrelândia, Rio Branco, Feijó, Tarauacá e Plácido de Castro. Segundo levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Estado, a banana é fonte de trabalho e renda para mais de sete mil famílias rurais. A pesquisa também apontou que, nos últimos sete anos, a média de produtividade da cultura no estado aumentou mais de 30%, saltando de 10 para 13 toneladas de frutos por hectare/ano.