Há 20 anos, a acreana Ethiene Aguiar, na época com 13 anos de idade, ganhava o primeiro livro da saga “Harry Potter” de presente da sua mãe. Hoje, aos 33, ela se emociona em poder levar a mãe, com 68, e o sobrinho, com 9 anos, para rever o filme “Harry Potter e a Pedra Filosofal” no cinema. O longa, que marca o lançamento da série nas telonas, em 2001, foi reexibido em cinemas de todo o mundo. Em Rio Branco, fãs marcaram presença vestidos a caráter.
Em versão 3D, a produção teve dez sessões na capital no último domingo,21, todas esgotadas. Os oito filmes são inspirados nos livros da autora britânica J.K. Rownling e virou um fenômeno em todo mundo dando origem a uma grande franquia, com direito a um parque temático em Orlando. Em “Pedra Filosofal”, o pequeno Harry Potter descobre que é um bruxo e começa a estudar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, onde conhece os amigos Rony e Hermione e dão início a grande saga de suas vidas.
Ethiene foi uma das primeiras a comprar os ingressos para duas sessões, uma mais cedo, para assistir com a família e outra mais tarde, para ver com os amigos. “Ontem eu me arrepiei, chorei, me emocionei de verdade porque fiz um retrospecto de todos esses anos que eu sou fã, desde quando a minha mãe me deu o primeiro livro, passando por quando fui ao parque, fiz meu aniversário temático até hoje, quando tenho uma loja com produtos da saga para levar a mais pessoas tudo isso que eu amo de verdade”, declara.
Sua mãe, dona Lenita Duarte conta que sempre gostou de “grupos” dos mais variados, que vão da Jovem Guarda, Os Beatles a Mamonas Assassinas e Harry Potter. Aos 68 anos, a colecionadora celebra como a história uniu a família. “Com o passar dos anos ela gostou da Magia e resolveu acompanhar a mamãe em coleções. Apesar de cada um ser de uma Casa (da escola de Hogwarts), não há brigas e todos andamos juntos. Somos uma família de bruxos e magos, como fala meu neto”, se diverte.
Para Ethiene, a reexibição dos filmes é mais uma prova do quanto a história é capaz de atingir diferentes gerações, para além de sua família. Ela comenta que manter a relação com a saga na vida adulta foi uma escolha. “Pois não me atrapalha em nada, pelo contrário aumentou meu campo de amizades em outros estados e até de outros países. É uma história que forma, de fato, o caráter e da noções de empatia, respeito e amizade. Eu amo demais”, declara.
Para todos os tipos de fã
De camisas, adereços e varinhas ao figurino completo, o que não faltou foi gente usando os mais variados itens e vestuários que remetem ao universo do bruxo. Para além do básico, Júnior Rodriguez, de 29 anos, foi totalmente a caráter para rever o filme. Potterhead (como se intitulam os fãs da série) desde criança, ele recorda que este foi o único que não conseguiu assistir no cinema e que um momento especial pedia uma caracterização também especial.
“No começou eu não tinha pensado em ir com a roupa, mas depois vi que seria uma oportunidade única depois de todo esse tempo, ainda mais que o filme só seria passado neste dia, então decidi fazer essa homenagem. Foi muito especial para mim e ver várias outras pessoas que também fizeram a mesma coisa foi sensacional. A magia está viva para sempre!”, comemora o fã.
Uma dessas várias pessoas foi o assessor jurídico Richard Lauriano, de 35 anos. Ao contrário de Júnior e Ethiene, ele começou a virar fã da saga aos 18 anos de idade, quando teve contato com os livros da série. Mesmo assistindo os filmes, ele não se sentia tão conectado quanto ficou após começar a leitura.
“O que me fez apaixonar pela série, sem dúvida nenhuma, foi a maneira de escrever da J K Rowling. Aliás, o que mais me impressiona é esse imenso universo que ela criou com personagens, tramas, vocabulário exclusivo e totalmente inovador. A escrita dela é envolvente, rica em detalhes e deixa qualquer leitor apaixonado pela obra. Eu costumo dizer que é impossível ler Harry Potter e não virar um fã”, declara.
O amor “tardio” pela série não o impediu de levar seu cachecol, varinha e um dos personagens emblemáticos da Escola de Hogwarts: o Chapéu Seletor. Ele comenta sobre o quanto o mercado cresceu e aproveitou a fidelidade dos fãs pela história mesmo depois anos.
“Hoje existem milhares de produtos, nas mais variadas lojas, das mais diferentes marcas que lançam novidades para os fãs. E eu sempre gostei de colecionar objetos. De uns anos pra cá, fui adquirindo produtos que iam muito além dos livros e DVDs. Chega um ponto que você quase não consegue mais parar”, comenta.
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