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A saga da tragédia

Sobe o dólar, sobem os combustíveis, a energia e tudo mais. É a maior inflação desde 2002. IPCA de outubro ficou em 1,25%. Em 12 meses a inflação chegará a 10,67. Dois dígitos. O poder do brasileiro aquisitivo já era. Então muitos chegaram ao ponto de escolher entre comer, quitar a luz ou comprar remédios. O endividamento das famílias é gigantesco. E não vemos qualquer sinal de melhora, muito pelo contrário. Pelo andar da carruagem, só vai piorar.
Os gestores da economia brasileira se mostram cada dia mais incompetentes e empurram os brasileiros para a mais completa miséria. Os cobradores de ações, no caso, os políticos eleitos, para cobrarem atitudes efetivas se mantem inertes apreciando apenas o próprio umbigo, mas a discussão é sobre ter ou não ter carnaval em 2022.

Um país com mais de 610 mil mortos deveria ter cautela, pois não fez a testagem adequada, permitiu a falta de EPis para os profissionais da saúde, deixou faltar oxigênio nos hospitais, anestésicos para entubar pacientes, médicos em vários hospitais e um dos países que adquiriu as vacinas tardiamente. Atualmente a maior preocupação na Europa é a quarta onda, porque, infelizmente, a pandemia da Covid-19 não acabou.

Para a grande maioria da humanidade a globalização está se impondo como fábrica de perversidades. A fome e o desabrigo se generalizam em todos os continentes. A mortalidade infantil permanece, a despeito dos progressos médicos e da informação. A educação de qualidade é cada vez mais inacessível. Não defendo a realização do carnaval. Essa nova onda na Europa está provocando restrições. A necessária terceira dose só estará disponível no Brasil, em meados de fevereiro, época do carnaval. Até lá, vamos festejar a vida, se é que isso é possível nesse pobre país, com os cuidados que essa tragédia sanitária exige. Como diria minha avozinha: “Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.

 

Beth Passos

Jornalista

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