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Importada da Alemanha, ‘Igrejinha de Ferro’ foi promessa de seringalista pela Revolução Acreana

Igrejinha de ferro (Foto: Dell Pinheiro)

Igreja Nossa Senhora da Conceição, a “Igrejinha de Ferro” foi construída no Seringal Bom Destino, onde hoje é a cidade de Porto Acre. (Foto: Dell Pinheiro)

Foi a partir de uma promessa que surgiu a ideia de construir a Igreja Nossa Senhora da Conceição ou “Igrejinha de Ferro”, como é popularmente conhecida. Localizada, atualmente, no 4° Bis, no bairro Bosque, em Rio Branco, a igreja com estrutura de aço galvanizado tem missa todos os sábados, mas foi construída logo após a Revolução Acreana, em 1903, no Seringal Bom Destino.

O historiador Marcos Vinicius relata que o seringalista Joaquim Vitor havia prometido que, se o Brasil fosse vitorioso, na disputa pelo território do que, hoje, é o Acre, ele faria um monumento para a “mãe de Deus”. “Ele era um revolucionário, desde o primeiro momento, pois participou de todas as etapas da Revolução Acreana, desde a primeira, antes mesmo do Galvez, antes do Plácido de Castro. Joaquim Vitor era um cara que estava engajado nessa questão”, destaca Vinicius.

Com a vitória contra a Bolívia, ele buscou algo que fosse “eterno” e que o tempo não pudesse destruir. A obra foi realizada em alvenaria e revestida com chapas galvanizadas, pré-fabricadas na Alemanha.

Lugar é aberto ao público e realiza missas todos os sábados(Foto: Dell Pinheiro)

 “A Igrejinha veio em partes e foi montada no Seringal Bom Destino. Era um seringal muito rico, tinha uma vila de casas, e a Igrejinha foi montada lá, onde ficou durante muitos anos. Mas, na década de 70, com a invasão dos paulistas, o território foi vendido para um fazendeiro, virou uma fazenda, e a sede antiga do seringal ficou abandonada”, relata o historiador.

Após este período, Padre José percebeu que a Igrejinha não estava sendo utilizada e nem cuidada, e pediu ajuda do exército para levar a estrutura para Rio Branco. Na década de 1980, a igreja foi doada para o 4° Batalhão de Infantaria de Selva.

Atualmente, a igreja é mantida pelo Exército e ainda é possível conferir sua estrutura. Pequena, comportando apenas seis bancos, a construção é simples e busca manter o formato da época. Por fora, um belo caminho florido destaca a famosa Igrejinha, que já faz parte da história acreana e continua “viva” para manter o registro e continuar mantendo momentos de fé e religiosidade. O lugar pode ser visitado gratuitamente, durante horário comercial, na Rua Colômbia, 155, Bosque.

Igreja foi doada para o 4° Batalhão de Infantaria de Selva na década de 1980 (Foto: Dell Pinheiro)

 

Seringal Bom Destino

Seringal onde a igreja foi construída foi um dos principais palcos da Revolução Acreana.  (Foto: Setul)

Localizado onde hoje é a cidade de Porto Acre, o Seringal Bom Destino é destacado por Marcos Vinícius como um dos principais palcos dos episódios da Revolução Acreana.

No início do Ciclo da Borracha, o lugar foi referência como grande exportador da valiosa matéria-prima da Amazônia. Durante a Revolução, funcionou como Quartel General para os brasileiros que lutavam contra as tropas do exército regular boliviano e pela anexação do Acre ao Brasil.

No início do Ciclo da Borracha, o lugar se destacou como grande exportador da valiosa matéria-prima da Amazônia. (Foto:Setul)

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