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Primeira Feira Livre Canal das Artes busca visibilidade à economia criativa

Com a proposta de oportunizar espaço à economia criativa na cidade de Rio Branco, a primeira edição da Feira Livre Canal das Artes ocorre neste sábado, 11 de dezembro, na praça da Casinha Ocupação Cultural, localizada na Rua Granada, N° 50, no bairro Mascarenhas de Moraes. A programação se estende por todo o dia, no horário das 9h às 17h.

A Feira resulta do projeto proposto por Patrícia Helena Costa, artista popular e produtora cultural, aprovado no edital nº 007 de Produção e Eventos Consolidados, do Governo do Estado do Acre por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), com recursos da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc.

A economia criativa na Feira Livre Canal das Artes está direcionada à sustentabilidade de artistas que não possuem locais para divulgação e exposição de seus trabalhos e enfrentam dificuldades de se manter enquanto artistas independentes, visto a falta de investimentos e valorização desta classe, que se agrava em tempos de pandemia e de outras crises que afetam o Brasil.

Durante a Feira, diversos trabalhos artísticos ficarão expostos em cerca de 20 barracas. A programação também conta com intervenções de artes visuais, música, teatro, Slam, artes circenses, danças e outras expressões culturais que se estenderão pela área do Parque da Maternidade até o teatro de arena próximo à Casinha Ocupação Cultural.

De acordo com Patrícia Helena Costa, as intervenções em praça pública com essa pluralidade de expressões culturais, garantem visibilidade a quem vive da arte em Rio Branco (AC) e tem a Casinha Ocupação Cultural como referência para a continuidade dos seus projetos. “Estamos nessa luta unindo a classe artística para seguirmos transformando essa praça e esse espaço num ativo cultural, gerando a tão sonhada Economia Criativa”, explica a organizadora da Feira.

(Arte: Divulgação)

Cidade Criativa

Segundo a Unesco, o conceito de “cidade criativa” é utilizado pela instituição desde 2004 para incentivar a articulação de cidades que cumprem os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas e que veem a criatividade como fator estratégico importante para o desenvolvimento urbano sustentável.

As cidades criativas são espaços que promovem interações entre agentes sociais, culturais e econômicos, abertos a experimentação e inovação, onde se geram ideais promotores do desenvolvimento de um meio melhor para se viver, trabalhar e divertir.

“Pensamos nesse projeto como proposta para uma Rio Branco criativa, porque isso envolve a participação cidadã na preservação de sua identidade e história, ao mesmo tempo que gera lazer e fomenta a economia, ocupando espaços públicos, enriquecendo a convivência em comunidade, a oralidade, para que conheçam e valorizem as artes locais e principalmente seus fazedores, os artistas”, enfatiza Patricia Helena.

A organizadora

Paralelo ao trabalho como Engenheira Florestal em que tem formação há 16 anos, Patricia Helena Costa atua como militante cultural há pelo menos 15 anos, com passagem pelo Rio de Janeiro onde já participava de atividades cuturais.

O primeiro trabalho desenvolvido no Acre foi com o folguedo Jabuti Bumbá com quem permanece articulando projetos. Há oito anos, integra a Marujada Brig Esperança desenvolvendo atividades e projetos, contribuindo para sua continuidade. Também é integrante da Tropa Mamulungu de Teatro de Rua e Bonecos que no momento está em atividade com o espetáculo de teatro de bonecos “As Aventuras do Pequeno CO2”.

Junto com outras pessoas da arte, Patricia Helena Costa tem se empenhado na promoção de movimentos comunitários e de arte popular que tenham a Casinha Ocupação Cultural como local de apoio.

A Casinha Ocupação Cultural

A Casinha Ocupação Cultural recebe tal nome por ser legado de uma Casa de Cultura ocupada por artistas de Rio Branco, anteriormente foi espaço da Federação de Xadrez, cedida para pessoas que se responsabilizaram por utilizar o espaço com dinâmicas artísticas e a cuidar da estrutura física, já que antes se encontrava sem uso e sofreu depredação em repetidas situações, o que chegou a afastar a comunidade e esta praça se tornou um local de drogadição e abandono público.

Nas trocas com a comunidade, ainda sob os cuidados da artista Lídia Sales, o local recebeu visitação de estudantes de escolas vizinhas em parcerias com projetos de Educação Ambiental e reciclagem com a Cooperativa CATAR, assim como acolheu diversas oficinas e constantes intervenções artísticas. Hoje, se conservam as práticas de preservação da memória com oficinas e outras ações coletivas do movimento cultural.

Transformada em um território cultural, a Casinha reúne artistas independentes de Rio Branco e auxilia grupos artísticos populares como a Marujada Brig Esperança e a Tropa Mamulungu de Teatro de Rua e Bonecos, além de acolher projetos de contação de histórias e de artistas independentes como o Ateliê Rosa das Artes.

#FicaCasinha

Apesar dos desafios de segurança e de problemas com iluminação pública, artistas populares e demais iniciativas sociais zelam e utilizam a Casinha como Ponto de Cultura. Há seis anos, o coletivo de fazedores de cultura, que movimenta o espaço tem solicitado junto às secretarias governamentais a documentação necessária para formalizar o local efetivamente como Ponto de Cultura.

Para a consolidação da Casinha como tal Ponto, mais de mil assinaturas já foram coletadas, tais pessoas reafirmam as contribuições do espaço na preservação da área de circulação pública e no fomento à atividade cultural para o povo riobranquense.

Próximos passos

A partir dessa primeira articulação de artistas, a organização prevê a continuidade da Feira com edições mensais compondo o calendário cultural da cidade, na busca de que a praça pública permaneça como cenário de acolhimento da arte local e de movimentação da rede de economia criativa.

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