Os deputados estaduais realizaram na manhã desta quarta-feira, 1º de dezembro, uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) para debater a reversão do abastecimento de água da capital do Departamento de Águas e Saneamento (Depasa) para o Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb). A reunião contou com a presença de gestores públicos, sindicalistas e servidores das duas autarquias.
“Viemos trazer mais uma vez a preocupação de que esse é um serviço essencial e não tem como parar, são 24 horas. Hoje, ainda está muito indefinido essa questão, principalmente com relação aos trabalhadores do Depasa, como eles vão ficar se ocorrer a reversão? Até quando eles ficarão empregados? Eles são profissionais de áreas importantes do serviço, que é o do tratamento da água e do combate aos vazamentos. Essa questão deve ser resolvida no máximo até o dia 20 deste mês. A tendência é que o Saerb assuma o serviço dia 1º de janeiro. Os trabalhadores não sabem até quando ficarão empregados”, disse Marcelo Jucá, presidente do Sindicato dos Urbanitários do Acre.
O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), que solicitou a audiência, falou que a situação é grave. “Não existe condição nenhuma de, no dia 1º de janeiro, a prefeitura assumir o sistema de abastecimento de água de Rio Branco. Porque vão faltar duas coisas importantes: o tratamento e a distribuição da água, pois vai faltar produto químico e também trabalhadores para fazer esses serviços. O bom senso indica que é preciso pactos e ganhar tempo para que o processo de reversão ocorra com segurança. É preciso salvar o emprego desses servidores”.
Wellington Araújo, operador de bomba do Depasa, relatou que a audiência foi a primeira oportunidade que os trabalhadores tiveram com representantes do poder público para falar sobre o assunto.
“Antes disso, não haviamos sido chamados para discutir sobre a reversão e a possível demissão dos servidores. São mais de 200 trabalhadores terceirizados [concurso simplificado de 2019] e 136 de Rio Branco cedidos para o Estado [tercerizados]. O prefeito alega que não tem como manter esses profissionais e que possivelmente faria um novo edital, concurso ou chamamento, mas não específicou como seria. Ele tem que aproveitar dos profissionais que já atuam no orgão, pois já conhecem o sistema, sabem como operar. É possível que tenha um caos em janeiro, caso os trabalhadores percam seus empregos”, enfatizou.