“Pelo resgate delicado e potente da história indígena na formação do Acre, valorizando nomes importantes da cena na Amazônia, com texto e direção de Jaqueline Chagas”. Esse foi o texto que divulgou a vitória da peça “Afluentes Acreanas”, do Teatro Candeeiro, do Prêmio Arcanjo de Cultura 2021, realizado em São Paulo, no dia 8 de dezembro.
A autora e diretora da peça, a acreana Jaqueline Chagas conseguiu apoio dos amigos para participar da cerimônia no Theatro Municipal de São Paulo. “ Ver Afluentes Acreanas chegando nesse reconhecimento nacional é o avivamento da nossa busca por ser vistos e principalmente, reconhecimento de que tem muita coisa acontecendo no Acre, muita cultura acontece aqui”, comemora.
A artista recebeu a notícia da indicação do Prêmio no início do mês e disse ter ficado surpresa com um reconhecimento deste nível “tão cedo”. A organização pediu a presença de um representante no evento. “A minha ida pra São Paulo foi organizada através de uma união de pessoas que doaram dinheiro e as passagens para que eu fosse. Entramos em contato com as fundações, mas não tivemos retornos ou disseram que não podiam ajudar, só puder ir por causa destas pessoas que se uniram e acreditaram na importância do prêmio”, comenta Jaqueline.
Este é o segundo prêmio que a peça Afluentes Acreanas recebe. Em 2020, o texto ganhou o prêmio de literatura na categoria Teatro pela Fundação Garibaldi Brasil.
A premiação é idealizada pelo jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado. O evento retornou ao formato presencial em sua terceira edição para celebrar grandes nomes das artes.
Sobre a peça
“Alfuentes Acreanas”, do Teatro Candeeiro, aposta no passado para poder falar do presente e, assim, refletir sobre o futuro da nossa região. A partir das inquietações da artista Jaqueline Chagas, acreana de Tarauacá, com relação as suas origens, a montagem surge como forma de contar não apenas a história dos livros, mas também resgatar os relatos contados de geração para geração. Um espetáculo feito por acreanos, para acreanos e para todo o mundo.
“Sempre desejei que através da peça as pessoas pudessem conhecer o Acre de verdade. O Acre que não é resumido em ter ou não dinossauros ou em questionamentos sobre existirmos ou não, mas um Acre que foi formado por sangue, como muitos outros lugares do país. Reconhecer a história Acreana, mesmo que cheia de lutas e mortes é uma forma de evitar que tudo isso se repita”, declara Jaqueline Chagas.
Leia também: Produção acreana Centelha concorre à premiação no Festival do Rio 2021