Um detento identificado como Raimundo Morais de Souza, 40 anos, foi encontrado morto por volta das 21h30 de domingo, 5, no Complexo Penitenciário de Rio Branco. De acordo com o Instituto de Administração Penitenciária, ele estava em isolamento preventivo, juntamente com outros quatro presos, na cela 27 do pavilhão A.
Em nota, o Iapen declarou que os policiais penais de plantão indagaram os detentos sobre o que havia acontecido e eles informaram ter ceifado, propositalmente, a vida de Raimundo Morais em virtude do crime do falecido ter sido em desfavor de uma menor e por, também, tê-los enganado, dizendo ter tabaco e trocar pelos alimentos dos demais colegas de cela quando, na verdade, tinha apenas um saco com um material de cor preta que aparentava ser tabaco.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e esteve no local, mas foi possível apenas constatar a morte do detento. Uma equipe do Instituto Médico Legal (IML) também compareceu para realização de perícia e procedimentos de praxe. Diante dos fatos, o Iapen informou, ainda, que busca contato com a família de Raimundo Morais de Souza para informar sobre o ocorrido e prestará todo o amparo estabelecido em lei.
Ainda segundo o Iapen, de acordo com o Observatório de Análise Criminal do Núcleo de Apoio Técnico do Ministério Público do Acre, há 179 dias não se registrava morte no Sistema Prisional do Acre. O caso será investigado.
Greve dos policiais penais
O caso ocorre 20 dias após o início da greve dos policiais penais, que foi iniciada dia 17 de novembro, desde que o governo do Acre enviou à Assembléia Legislativa do Acre o projeto de lei que tem por objetivo regulamentar, no âmbito estadual, a Polícia Penal.
Após o impasse entre o governo e a categoria que pede que seja incluído no projeto, a equiparação de salários com as outras forças de Segurança, a incorporação da gratificação aos salários e mudança do contrato de nível médio para superior, o projeto foi retirado de pauta na Aleac, e os policiais penais decidiram no último dia 30 acampar em frente à Casa Legislativa para pressionar governo e deputados sobre o andamento da proposta.
Com a paralização dos profisissionais e consequente redução de efetivo nos presídios, as visitas chegaram a ser suspensas e estão sendo retomadas gradativamente. Em meio ao impasse, dois presos chegaram a fugir do Complexo Penitenciário de Rio Branco na última semana.