O sargento Erisson Nery, que atirou em um estudante de medicina na madrugada do dia 28 de novembro de 2021, em Epitaciolândia, interior do Acre, foi agregado ao Quadro de Praças Militares Estaduais Combatentes da Polícia Militar do Estado do Acre, conforme Decreto publicado na edição desta sexta-feira, 10, do Diário Oficial do Estado.
De acordo com a PMAC, a medida trata-se de uma espécie de afastamento, considerando que Nery está detido por força de mandado de prisão preventiva desde o dia 29 de novembro e, portanto, não pode ser lotado em nenhuma unidade da corporação. Neste período, no entanto, ele continua recebendo seu salário normalmente.
O caso
A confusão aconteceu em um bar de Epitaciolândia na madrugada de 28 de novembro. Imagens captadas por uma câmera de segurança mostram o momento em que o estudante de Medicina Flavio Endres Ferreira, 30 anos, é agredido, inicialmente, pela sargento da Polícia Militar do Acre Alda Nery, esposa de Erisson.
Flavio tenta se defender e fugir, mas as imagens mostram que ele acaba sendo perseguido até o lado de fora do estabelecimento, onde acabou sendo alvejado com pelo menos dois tiros. O sargento Erisson Nery foi preso na tarde do dia 29 de novembro, após ter a prisão preventiva solicitada pelo Ministério Público do Acre e acatada pelo Judiciário.
Em outro vídeo que se tornou viral ainda no domingo, 28, é possível ver o sargento armado, após atirar contra o estudante. Nas imagens, o sargento aparece segurando uma arma, aparentemente embriagado e sendo contido por uma das esposas. Mesmo com a vítima já no chão, alvejada por dois tiros, ele se aproxima e continua as agressões e é novamente afastado pela esposa.
Em nota, a Polícia Militar informou que está apurando disciplinarmente os fatos e tomará as medidas disciplinares pertinentes e que a apuração criminal caberá à Polícia Civil.
Baleado, o estudante de medicina Flávio Endres Ferreira passou por uma cirurgia na região do abdômen no Pronto-socorro de Rio Branco. Após nove dias internado, ele recebeu alta e se recupera em casa.
Erisson ficou conhecido à nível nacional ao assumir um relacionamento a três – ou seja, um trisal – com a mulher, também sargento da PM, Alda Nery, e a administradora Darlene Oliveira.
Outro processo
Nery já responde a um processo por ter matado um adolescente de 13 anos em novembro de 2017, quando o menino tentou furtar casa do sargento, na capital acreana. Quatro anos após o crime, o policial ainda não foi julgado.
Ele foi denunciado em julho de 2021 pelo Ministério Público do Acre pelos crimes de homicídio e fraude processual e a denúncia foi aceita um dia depois pela Justiça.