Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Aprovados em Cadastro de Reserva da Polícia Civil se acorrentam em frente à Aleac, em protesto

Grupo se manifesta em frente à Aleac. (Foto: Dell Pinheiro)

Os aprovados no Cadastro de Reserva do concurso da Polícia Civil de 2017 ainda aguardam a convocação do Governo do Acre. Na manhã desta quarta-feira, 1, candidatos deram início a uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), no Centro de Rio Branco, demandando alguma resposta do governador Gladson Cameli (Progressistas), que, segundo eles, fez diversas promessas ainda não cumpridas.

Em 2017, o concurso da Polícia Civil era para o preenchimento de 250 vagas e teve 7.652 pessoas inscritas. Os salários variavam de R$ 3.007,78 a R$ 15.378,00. A convocação do Cadastro de Reserva era uma das promessas de Cameli, que, nas eleições, afirmou que iria convocar, de imediato, todos os candidatos que passaram nos últimos concursos da polícia e abrir um novo concurso, mas não o fez. Várias manifestações ocorreram desde então.

Jorge Orleanes, de 24 anos, faz parte do Cadastro de Reserva da Polícia Civil e veio de Cruzeiro do Sul, em busca de algum posicionamento do governo. O rapaz, que está desempregado, se instalou em frente à Aleac com cartazes, e, segundo ele, só sairá quando for publicado algo concreto no Diário Oficial do Estado do Acre (DOE), como a convocação efetiva dos candidatos. Ele pede que a última etapa do concurso, que ocorre há quase quatro anos, seja feita, mesmo que gradualmente.

“Ao longo desses últimos anos, o governador vem fazendo várias promessas, e isso me fez estar aqui. Viajei até aqui para tentar chamar sua atenção de alguma forma e ele possa nos convocar para essa última etapa do concurso da Polícia Civil. São várias famílias que aguardam alguma decisão, que está nas mãos dele. Não é preciso fazer novos concursos nem algo imediato, só precisam nos chamar aos poucos”, clamou Orleanes.

Valter Evangelista, coordenador da manifestação e um dos aprovados no concurso, diz que a finalidade maior do protesto é que a população saiba que essa medida representa o desespero do grupo. “Estamos em uma busca incansável pela convocação para o curso de formação policial, que antecede a nomeação e o próprio exercício do cargo. Foram várias tentativas, o governador sabe. Os próprios secretários de apoio sabem que existe um compromisso a cumprir e já passou da hora”, disse ele.

Audiência pública

Na manhã da terça-feira, 30, foi realizada na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), uma audiência pública para debater a situação dos aprovados no cadastro de reserva da Polícia Civil do Estado. A iniciativa partiu de membros das comissões de Serviço Público, Trabalho e Municipalismo; Constituição e Justiça e Segurança Pública.

“Não buscamos nomeação agora, mas a garantia de fazermos a última etapa do concurso, que é o curso de formação. Vai ter uma turma com 17 alunos e o gasto é desproporcional, pois existem três salas alugadas, haverá mais instrutores do que alunos. Hoje, temos cerca de 100 policiais civis a menos que 10 anos atrás. A população aumentou e a tropa não se adequou a isso”, disse Paulo Henrique, um dos aprovados.

O deputado Roberto Duarte (MDB) pontuou que há três anos os parlamentares têm tentado mediar junto ao governo uma saída para o impasse dos aprovados. Ele também criticou a postura de Cameli. “Soube que o governador afirmou que tinha um parecer favorável para a convocação, mas não ia chamar por birra, pela manifestação que eles fizeram. A Aleac vem se destacando como mediadora dos problemas do Executivo e é isso que nós queremos hoje”.

O deputado Neném Almeida (Podemos) disse que o governador cometeu um crime eleitoral ao prometer a convocação dos aprovados e não cumprir. “Pena que as leis sejam tão brandas. Por diversas vezes o governador veio aqui, quando vocês estavam acampados, e os mandou para casa, dando a certeza que seriam convocados”.

Ao final da audiência ficou acertado que no próximo dia 14 de dezembro, quando provavelmente será votada a Lei Orçamentária Anual (LOA), os aprovados irão para o Poder Legislativo pressionar o governo pela convocação.

 

Sair da versão mobile