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Moradores de Brasiléia denunciam falta de médicos e precariedade do atendimento no Hospital Regional do Alto Acre

Quem precisou de atendimento no Hospital Regional do Alto Acre, em Brasiléia, no último domingo, 26, enfrentou sérias dificuldades para conseguir atendimento naquela unidade de Saúde. Com apenas dois médicos de plantão, muitos pacientes ficaram horas para conseguir uma consulta, um exame ou realizar algum tipo de cirurgia.

Com apenas dois médicos de plantão, muitos ficaram horas para conseguir uma consulta, exame ou realizar algum tipo de cirurgia (Foto: cedida)

Segundo testemunhas, mais de 100 pessoas buscavam atendimento. Alguns conseguiram, outros não, assim como foi relatado. Nos corredores da unidade de Saúde, que também atende moradores das cidades de Assis Brasil, Capixaba, Epitaciolândia e Xapuri, os sentimentos eram os mesmos: de revolta e indignação.

“Somente dois médicos estavam de serviço para atender quem está internado e para atender quem chega. Uma pessoa que teve um AVC foi encaminhada para Rio Branco, com um dos médicos que estava de plantão, ficando só um profissional. Nem água tem para beber. Ontem à tarde [sábado, 25], mais de 35 pessoas foram embora, porque não chegou médico para atender. Hoje [domingo, 26], acredito que mais de cem pessoas estão nos corredores do hospital, esperando para serem atendidas. Tem uma moça que está com os rins parados, isso junto com o pessoal que está com Covid”, disse uma pessoa, que não quis se identificar e que buscava tratamento contra o coronavírus.

Nos corredores da unidade de Saúde, os sentimentos eram os mesmos: de revolta e indignação (Foto: cedida)

Gerenciamento de Escalas e Plantões (GEP)

Segundo o aplicativo disponibilizado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesacre), que gerencia o sistema de escalas e plantões no Estado, no domingo, 27, eram para estar de plantão no Hospital Regional do Alto Acre, oito médicos. “Isso tudo é uma falta de respeito pela população. Se tinha esse tanto de médico no hospital porque não agilizaram o atendimento? Algumas pessoas chegaram às 5 horas da manhã, e esperaram o dia todo para serem atendidas, outras tiveram de desistir e tentar no próximo dia. Ninguém se pronuncia, o hospital não tem administração. Quase todos os dias é a mesma coisa”, desabafou outra testemunha, que havia levado o filho à unidade de Saúde para realizar alguns exames.

Procurado por A GAZETA, o diretor-geral do hospital, Janildo Moraes Bezerra, explicou que nenhum serviço da atenção básica dos municípios funciona nos finais de semana e feriados, e que apenas três médicos fazem plantão nos sábados e domingos.

“Não procede a informação, nosso quadro é composto por três médicos, e os três estavam no plantão. O problema é que, nesses dias, estamos com todas as enfermarias lotadas, pronto socorro com muitas urgências, maternidade também lotada. Então, os médicos têm que resolver tudo isso, e, com esse surto de gripe, a demanda por consulta médica cresceu muito. Os dois municípios aqui da região tem 50 mil habitantes, e nenhum serviço da atenção básica dos municípios funciona nos fins de semana e feriados”, concluiu

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Daniel Scarcello: