Quatro dias após a prefeitura de Rio Branco suspender férias, licenças, além de folgas e convocar servidores da Saúde para se apresentarem ao trabalho diante do aumento exponencial de casos de síndrome gripal e covid-19, o Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed) anunciou nesta terça-feira, 18, que os profissionais da rede básica de Rio Branco decidiram suspender temporariamente a greve que vinha sendo realizada desde o ano passado, para reforçar o atendimento das unidades de saúde da capital.
Segundo o Sindicato, a votação foi realizada na noite de segunda-feira, 17, em assembleia geral. Conforme o presidente da entidade, Guilherme Pulici, o momento é de união, buscando apoiar colegas que estão na linha de frente.
“É uma demonstração de boa vontade da classe que, sensibilizada, escolheu suspender o movimento paredista. A cada dez dias serão realizadas assembleias para avaliar a situação da saúde pública”, afirmou o sindicalista.
Guilherme Pulici disse esperar, também, bom senso por parte da prefeitura em atender as reivindicações dos médicos que incluem a revisão do Plano de Cargo, Carreira e Remuneração (PCCR) e concurso público efetivo para ampliar o número de profissionais de saúde.
“As reivindicações, uma vez atendidas, trarão melhorias para toda a sociedade, atraindo e fixando profissionais especializados de qualidade em Rio Branco. O recrudescimento da pandemia com a chegada da nova variante (ômicron) somada ao H3N2 chamou nossa atenção e de forma unânime todos os médicos decidiram priorizar o nosso povo”, informou.
Iniciada no dia 13 dezembro, a paralisação foi motivada pela falta de acordo com a gestão municipal. A próxima assembleia está marcada para o dia 27 de janeiro.
As principais cobranças são a reestruturação do Plano de Carreira, Cargo e Remuneração (PCCR), com a incorporação das gratificações que já são pagas junto com o salário base, e a reposição inflacionária do período 2019-2021. Atualmente, a remuneração aos médicos de Rio Branco está fixada em R$ 1,8 mil, segundo o Sindicato.