Após dois dias de transtornos à população, desde que as empresas de transporte coletivo anunciaram paralisação no domingo, 16, e intervenção da prefeitura Municipal de Rio Branco, os ônibus voltaram a circular na capital acreana, na manhã desta terça-feira, 18.
Na segunda-feira, 17, o prefeito Tião Bocalom confirmou o retorno de todas as linhas, mas houve resistência de parte dos trabalhadores que, após intensa negociação, concordaram em sair da garagem por volta das 8h da manhã, após ser acordado o pagamento de uma diária no valor de R$100.
Os motoristas das empresas Via Verde e São Judas Tadeu pediam que a prefeitura também assumisse o pagamento dos salários atrasados dos trabalhadores, mesmo após o repasse de recursos no valor de R$ 2,4 milhões às empresas, após proposta do executivo, aprovada ainda em 2021.
Nova empresa
De acordo com o prefeito de Rio Branco, a partir da próxima semana, uma nova empresa irá assumir o transporte coletivo na capital acreana. O anúncio foi feito em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira, 17.
“Estamos felizes porque uma empresa, a Rico Transporte, que opera no Rio de Janeiro e São Paulo, aceitou o desafio de vim para cá e trabalhar, mesmo com os prejuízos, pois sabemos que isso pode ocorrer. Alguns veículos já estão vindo para Rio Branco. Acreditamos que até a próxima semana, os ônibus que eles comprometeram trazer, 51 no total, com 60% da frota com ar-condicionado, estarão na capital.
Tião Bocalom também falou que irá buscar na Justiça o que foi gasto com as empresas, do acordo feito, onde foi destinado pelo poder público municipal, R$ 2,4 milhões aos empresários do setor de transporte.
“Assim que essas empresas saírem buscaremos os recursos na Justiça. Agora, para a população, não tem nenhum problema. A empresa que assumir, já sabe que só irá receber R$ 3,5. Não temos um serviço de qualidade. O que fizemos não valeu de nada para as empresas, pois elas não cumpriram o acordo”, finalizou.
Ainda na segunda, 17, a promotora Alessandra Garcia Marques, titular da Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Acre (MPAC), informou que irá acionar o Poder Judiciário sobre a crise no sistema de transporte coletivo da capital acreana.
“O que eu quero demonstrar ao poder judiciário para que o judiciário analise os nossos pedidos para que o município seja obrigado a licitar e não fique inventando coisas, é que o que nós precisamos são de empresas sérias que possam prestar o serviço e mais do que isso, um redesenho da prestação de serviço”, destacou a promotora.